A fim de propor soluções para problemas comuns na saúde pública e privada em Juiz de Fora, um grupo de estudos composto por diferentes segmentos da área irá estabelecer um cronograma de conversas para estabelecer medidas conjuntas como, por exemplo, a compra de medicamentos e a judicialização da saúde. A proposta do Grupo de Estudos do Segmento de Saúde de Juiz de Fora e Região (GESS) é reunir entidades médicas, hospitais, clínicas, sindicatos, laboratórios, órgãos de defesa do consumidor, secretarias municipais, escolas e operadoras de planos de saúde de modo a entender quais são os principais gargalos comuns da saúde, analisando, principalmente, os princípios de financiamento e gerenciamento no setor.
O presidente da Unimed Juiz de Fora, Hugo Borges, afirma que a ideia, ainda embrionária, é promover o diálogo entre todos os segmentos. “Vamos sentar à mesa, superar divergências históricas de prestadores de serviço da saúde. O convite foi aberto a todos os segmentos. Não isolamos segmento nenhum, o público e o privado, incluindo a UFJF”, afirma.
Borges lista alguns exemplos que têm sido realizados em iniciativas no estado e no país, como a compra conjunta de medicamentos e equipamentos. “A saúde tem um custo muito alto: boa parte dos insumos é negociada em dólar, as indústrias farmacêutica e de equipamentos respondem por uma fatia enorme do custo social. Uma proposta é sentar à mesa para fazer compra conjunta, em escala para a redução de preço. É evidente que o preço vá cair, isso vai refletir no preço do plano de saúde e atingir a ponta, que é o cliente”, sugere.
Outro gargalo presente nas constantes discussões do segmento, a judicialização da saúde, deve integrar o debate. “Nossa ideia é propor mesas nas quais deverão participar segmentos do Judiciário, convidando também o Ministério Público, o Procon e outros órgãos que possam contribuir nesta questão. Nós queremos encarar os problemas de frente, em uma tentativa de buscar consenso entre todos estes agentes. Não é um processo inédito, mas queremos que seja referência para a região da Zona da Mata”, propõe.