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Cerca de 250 pessoas participam de leitura da carta em defesa da democracia na UFJF

Foto: Leonardo Costa

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Ato como o da UFJF ocorreu em vários locais do país na manhã desta quinta-feira (Foto: Leonardo Costa)

Na manhã desta quinta-feira (11), cerca de 250 pessoas – entre estudantes, professores, representantes de entidades estudantis e políticos da cidade – se reuniram na Ágora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) para participar do ato em defesa da democracia. A cerimônia contou com a leitura do manifesto escrito por representantes da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (UPS). O ato também marcou o Dia do Estudante, comemorado no dia 11 de agosto.

O documento foi lido pela diretora da Faculdade de Direito da UFJF, Aline Araújo, que ressaltou a importância de lutar pelo estado democrático de direito, que, no Brasil, esteve ameaçado em diversos momentos da história.

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A carta faz parte de uma iniciativa suprapartidária e critica, sem mencionar o nome do presidente, os ataques contra o processo eleitoral realizados por Jair Bolsonaro (PL). A leitura ocorreu de forma simultânea em diversas cidades das cinco regiões do país. O documento, que começou com a assinatura de 3.000 pessoas, entre banqueiros, empresários, juristas e atores, foi aberto ao público e já conta com a assinatura de mais de 800 mil pessoas.

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O ato contou com falas de representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE), da Associação dos pós-graduandos da UFJF, do Sindicato dos Trabalhadores Técnicos Administrativos em Educação dos Institutos Federais de Juiz de Fora (Sintufjuf) e da Associação dos Professores do Ensino Superior (APES).

Participação estudantil

Estiveram presentes na UFJF membros do Diretório Central dos Estudantes (DCE), que às 17h desta quinta-feira, realizarão um ato em prol do dia 11 de agosto, dia dos estudantes. Durante sua fala, o Diretório convocou a participação da comunidade acadêmica para concentração que acontecerá na Praça da Estação, Centro de Juiz de Fora.

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A coordenadora geral do DCE, Maria Edna Fernandes, afirmou que o ato das 17h vai mobilizar estudantes na luta por eleições livres, que, segundo ela, serão cruciais para o destino da universidade pública dos próximos anos.

“Hoje a gente vive um sucateamento da universidade e precisamos mostrar para o estudante a importância de defender o ensino, a produção de ciência, tecnologia, a graduação. Esses cortes vem atingindo diretamente a permanência do estudante, principalmente os mais pobres, dentro da universidade.”

Aula a céu aberto

A professora da Faculdade de Direito da UFJF, Joana Machado, que ministra a disciplina de Princípios Fundamentais do Estado, aproveitou o ato para levar a sala de aula para a Ágora da UFJF. De acordo com ela, a decisão de estimular a participação dos alunos ao ato se deu pois ele funcionou como uma extensão dos assuntos tratados ao longo do semestre. “Na disciplina nós abordamos justamente os princípios democráticos do estado de direito federativo e do estado de bem-estar social. Entendi que seria importante estarmos presentes, não só pela manifestação de cidadania, mas por ser a essência do que a gente está estudando ao longo desses últimos meses.”

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Uma das alunas da disciplina, Victória Souza, afirma que, como estudante de direito, é importante lutar pela permanência da democracia, principalmente no momento histórico que o Brasil passa. “Algo que a gente vive todos os dias dentro da sala de aula é relembrar os tempos sombrios que o Brasil viveu e é nossa missão não deixar que isso aconteça novamente.”

Déficit orçamentário

Durante a reunião da última sexta-feira (5), o reitor da UFJF, Marcus Vinícius David, afirmou que mesmo com a previsão de déficit de R$ 11 milhões para o ano de 2022, e de corte de 12% no orçamento de 2023 em relação a este ano, a UFJF tem trabalhado para conseguir “levar até o fim do ano”.

Durante sua fala, vice-reitora reforçou que, no contexto atual de corte de gastos e ataque às instituições democráticas, a adesão da Universidade ao ato representa uma luta pelo estado de reflexão e debate.

“A manutenção de uma Universidade pública para construção de uma comunidade mais justa, só acontecerá se vivermos em um estado democrático.”

Leituras
Durante o ato, também foram lidas a Carta Pró-Democracia articulada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Carta as Universidades e Institutos Federais pela Democracia e Eleições Livres, escrita em conjunto pela Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem), pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e pelo Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif).

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