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Sinttro descarta nova paralisação e considera acordo com Via JF

Os consórcios são formados pelas empresas Tusmil e Ansal

Dois consórcios operam o transporte público em Juiz de Fora: Via JF e Manchester

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O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Coletivo Urbano (Sinttro) planeja definir, até a próxima semana, quais serão os próximos passos das negociações com o Consórcio Via JF sobre a continuidade do uso de micro-ônibus e, também, da transição  da cobrança das passagens para um sistema automatizado em toda a frota. Em reunião na quarta-feira (9), os empregadores apresentaram um plano de transição que envolve a realocação dos funcionários que atualmente exercem a função. À Tribuna, o Sinttro descartou a possibilidade de nova paralisação nos próximos dias, mas afirmou que um acordo definitivo apenas será selado após validação da categoria sobre os termos inicialmente acordados.

As negociações entre a entidade de classe e os empresários aconteceu na Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), no âmbito da Mesa de Diálogos composta pelo Sinttro, integrantes do Executivo municipal e representantes do consórcio que administra o sistema público de transporte juiz-forano. Nele, os empregadores apresentaram o plano de transição para a automatização da cobrança, que está vinculado a um planejamento para qualificação de quem atualmente trabalha como cobrador. “(O plano) seria a substituição do cobrador, qualificando ele para outras funções e mantendo os postos de trabalho”, explica Claudinei Janeiro, vice-presidente do Sinttro.

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De acordo com Janeiro, os empresários argumentaram que a mudança para o sistema automatizado é “inevitável”. A automatização, entretanto, acontecerá de maneira gradual, “em cinco ou seis anos”, enquanto os cobradores que optarem por qualificação terão a oportunidade de mudar de função dentro da própria empresa – como motorista ou para funções administrativas, por exemplo. Outra alternativa ventilada é a criação de parcerias com empresas de outros segmentos, como indústria ou comércio, que poderiam absorver parte da mão de obra. No total, atualmente, cerca de 1,5 mil trabalhadores atuam no transporte público juiz-forano, segundo estimativa do Sinttro.

Também houve acordo para que fossem assegurados os postos de trabalho enquanto prosseguem as negociações entre os empregadores e a categoria, segundo o vice-presidente do Sinttro. A ideia do sindicato é oficializar os termos acordados em um contrato logo que houver aprovação em assembleia. “Isso que está acontecendo é muito lamentável, embora a gente já tivesse previsão de que isso poderia ocorrer. Mas vamos dialogar com o trabalhador, com a empresa e a Prefeitura para a gente se fortalecer e fazer o máximo de proveito disso”, diz Claudinei Janeiro.

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Via JF planeja modernização da bilhetagem

Em contato com a Tribuna nesta quinta-feira (10), o Consórcio Via JF afirmou que o projeto de capacitação dos cobradores acontecerá em parceria com o Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem no Transporte (Sest Senat) e com projetos internos de qualificação. “Com isto, todos os empregos estão garantidos e terão oportunidades de crescimento profissional”, assegura.

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A concessionária reafirmou que a reunião com o Sinttro se deu para esclarecer o plano de transição do sistema público de transporte e confirmou que o processo ocorrerá em longo prazo, sem demissões. Além disso, o Via JF assegurou que “fará grandes investimentos para a modernização da bilhetagem eletrônica do sistema, trazendo inovações tecnológicas e facilidades de pagamentos por meio de aplicativo para os usuários do transporte coletivo de Juiz de Fora.”

Paralisações

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A iminência da extinção do cargo de cobrador gerou insatisfação em meio aos trabalhadores rodoviários ao longo desta semana. Na segunda (7), o Sinttro questionou a utilização de micro-ônibus sem cobrador no transporte público juiz-forano. O sindicato alega que a circulação desses veículos seria proibida pelo Acordo Coletivo de Trabalho assinado com o Consórcio Via JF para o biênio 2022/2023, enquanto a concessionária nega que existia acordo nesse sentido. Na terça (8), os trabalhadores chegaram a travar a saída de ônibus das garagens da concessionária logo no início da manhã, mas o serviço foi normalizado em seguida.

À Tribuna, o vice-presidente Claudinei Janeiro confirmou o posicionamento do Via JF de que os micro-ônibus são utilizados em linhas de baixa demanda, que têm menos de cem passageiros por dia. “Foram nessas linhas que começou a ser feita essa substituição em que o motorista dirige e cobra a passagem. Mas ainda estamos conversando com a empresa e toda decisão será passada para os trabalhadores para a gente chegar em um consenso.”

Com o diálogo em andamento, o representante sindical negou que haja possibilidade de nova paralisação, ao menos em um cenário imediato. As atitudes que serão tomadas em médio prazo, por outro lado, serão decididas pelos trabalhadores, segundo Janeiro.

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