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Educador físico transforma sua dor em solidariedade

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A vida é feita de escolhas, todos nós sabemos disso. A questão é descobrir quais são as escolhas certas. Na segunda reportagem da Série Solidariedade, vamos contar a história de um educador físico que escolheu transformar sua dor em amor e ajudar quem passa pela depressão, doença que ele conheceu de perto. Paul Almeida idealizou o “Projeto Sol – Abraçando a vida” pouco após perder a companheira que lutava contra a depressão. A proposta, que surgiu em um momento de muita tristeza, tem levado alegria para pessoas que enfrentam a doença ou sofrem de transtornos de ansiedade, solidão, estresse e ou problemas familiares e amorosos. “Queria acolher pessoas que passam ou não por transtornos emocionais e oferecer um local onde elas possam interagir, ouvir palestras, música e até dançar”, conta.

O projeto, que não tem fins lucrativos, começou em janeiro deste ano e acontece toda segunda-feira, às 19h30, no Ritz Hotel, que é parceiro da proposta. Ao longo de suas edições, cerca de 1.800 pessoas já passaram por lá, sendo uma média de 250 a 320 participantes atendidos a cada encontro. “Alguns vão para se prevenir, o que é tão importante quanto se curar. Outras pessoas vão para levar um familiar, amigo (a), namorado (a) ou esposo (a)”, diz o idealizador e coordenador. Ao lado de Paul, atuam outros 22 voluntários, além de palestrantes, professores de dança e músicos colaboradores que ajudam a compor a programação.

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“A perda que sofri me fez desejar fazer algo para ajudar outras pessoas. Isso ajudou a me reerguer”, garante Paul Almeida, idealizador do Projeto Sol (Foto: Olavo Prazeres)

Cada evento é pensado cuidadosamente. Os voluntários estudam as causas e consequências de doenças emocionais e tentam encontrar maneiras para superá-las. Assim, o lazer se mostrou um elemento-chave no processo de melhora do paciente. Outras questões, no entanto, são relevantes para a prevenção e cura. “Cada semana tratamos de um tema diferente como, por exemplo, nutrição. Se a pessoa com depressão tem uma dieta regrada, isso pode ajudá-la a superar a doença. Tratamos também de educação financeira. Quem se endivida, geralmente, começa a ter problemas com a família e pode entrar em depressão. Já trouxemos um convidado para falar sobre comunicação, porque quanto mais você conversa, e tem pessoas para te ouvir, mais você consegue sair da ansiedade e da depressão, mesmo que seja uma conversa do dia-a-dia. Cães e gatos também podem ser companheiros e afastar a solidão. Há ainda palestras sobre cuidado com as plantas. São detalhes mínimos que podem ajudar muito”, diz Paul.

Mas para ajudar o outro, o voluntário precisa ter uma preocupação importante: o autocuidado. “É importante que o voluntário esteja bem psicologicamente e fisicamente para acolher muito bem quem chega para conhecer o projeto”, explica o idealizador.

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Escolha certa

Desde que iniciou o projeto, Paul Almeida teve a certeza de que fez a escolha certa ao transformar a dor em trabalho. A tristeza que sentiu ao se despedir da companheira foi, aos poucos, sendo substituída pela alegria em ver a superação de tantas pessoas que encontram no Projeto Sol a força que precisavam para lutar contra as doenças emocionais. “Podemos notar a mudança de comportamento dos participantes, melhora de suas feições e disposição para se comunicar. Muitos afirmam se sentirem melhores só de frequentar nosso encontro”, comemora o coordenador.

Paul ressalta que é preciso estar sempre atento aos sintomas da depressão, considerada a doença do século. Para ele, a tecnologia tem afastado muito as pessoas de um contato mais humanizado. Além disso, a crise financeira por qual passa o país tem contribuído para o agravamento do quadro. O educador físico defende uma maior aproximação das pessoas e uma sociedade mais solidária. “Depois do que aconteceu comigo, em fevereiro de 2018, fiquei muito baqueado. A perda que sofri me fez desejar fazer algo para ajudar outras pessoas. Isso, consequentemente, ajudou a me reerguer. É muito bom ver as pessoas que chegam chorando e saem sorrindo. Pessoas que não conheciam ninguém e já chamam os voluntários pelo nome, além dos casais que se formaram aqui.”

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Quem quiser doar e receber amor, pode entrar em contato com o Projeto Sol através do Facebook Projeto SOL Juiz de Fora ou Instagram @ projetosoljf

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