Técnicos do Núcleo de Emergência Ambiental (NEA), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), estiveram em Matias Barbosa para avaliar a situação dos peixes que apareceram mortos no Rio Paraibuna, na última segunda-feira (7). De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, existe a suspeita que os animais tenham morrido por falta de oxigenação, mas a hipótese só será confirmada em aproximadamente um mês, tempo necessário para que as análises laboratoriais sejam concluídas. Caso a suspeita seja comprovada, ainda será necessário descobrir o que causou a redução do oxigênio na água.
O caso chamou atenção por ter ocorrido cinco dias após um caminhão carregado com 45 mil litros de etanol ter tombado na BR-267, às margens do rio, na altura da Usina de Marmelos, em Juiz de Fora. Na ocasião, cerca de 80% da carga foram perdidas, sendo que parte pode ter caído nas águas. Por causa do acidente, a rodovia ficou fechada por mais de dois dias, pois havia risco de explosões.
A relação do tombamento da carga de etanol com a mortandade dos peixes em Matias é uma das hipóteses levantadas pelas autoridades. Outras explicações, inicialmente ventiladas pela Polícia Militar do Meio Ambiente e o Departamento de Agricultura e Meio Ambiente da Prefeitura de Matias Barbosa, são a inversão térmica e o despejo irregular de materiais tóxicos no Paraibuna.
A Tribuna esteve em Matias Barbosa no dia em que os peixes apareceram mortos. Grande parte estava concentrada na ponte do Bairro Nossa Senhora da Penha, onde vários animais, ainda vivos, se debatiam na água. Um fato que reforça a hipótese dos técnicos, de falta de oxigênio, é que muitos peixes ficavam por vários momentos colocando a boca para fora da água. Em entrevista ao jornal na segunda-feira (7), o diretor do Departamento de Agricultura e Meio Ambiente da Prefeitura de Matias, Maurício dos Reis, disse que tal comportamento é uma provável tentativa de respiração. Entre as espécies que podiam ser observadas com este comportamento, estavam lambaris, tilápias, piaus e cascudos.
Consumo inapropriado
Antes da chegada da Polícia Militar do Meio Ambiente, era grande o número de populares que estavam colhendo os peixes, mortos e vivos. Muitas pessoas afirmaram que comeriam os peixes, enquanto outros disseram que faziam o resgate para soltá-los em um açude próximo. Pelo fato de a causa da mortandade ser desconhecida, o consumo não é recomendado.