A Polícia Civil conseguiu prender, na manhã desta quinta-feira (10), o homem de 28 anos indiciado no mês passado por estupro de vulnerável e maus-tratos do seu enteado, de 5 anos. Ele foi capturado no Bairro Filgueiras, Zona Nordeste de Juiz de Fora, durante a operação Child, deflagrada pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher. Contra ele havia mandado de prisão preventiva expedido pela 1ª Vara Criminal, após solicitação da delegada responsável pelo caso, Ione Barbosa. Segundo ela, o suspeito já estava residindo em endereço distinto ao informado à polícia, mas não resistiu à detenção. Ele foi encaminhado a uma unidade prisional, onde permanece à disposição da Justiça.
As investigações duraram mais de seis meses e revelaram que os abusos aconteceriam desde que a criança tinha 2 anos. No inquérito, concluído em 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, a mãe da vítima, 24, também foi indiciada pelos mesmos crimes por omissão. A delegada destacou que a criança sofreu três anos de abusos constantes, enquanto a mãe tinha o dever legal de cuidado, proteção e vigilância. A mulher responde em liberdade, e cuida da filha do casal, de 10 meses.
O caso foi acompanhado pelo Conselho Tutelar, e o menino está, atualmente, sob a guarda da avó materna. Já o pai biológico da criança é falecido. Conforme a delegada, desde que a vítima ficou sob os cuidados da avó e com acompanhamento psicológico, apresentou melhoras nítidas, tanto de higiene e cuidado, quanto de comunicação e comportamento. O garoto chegou a passar por perícia médica, que constatou sinais de abuso. O menino também descreveu o padrasto como monstro, durante atendimento especializado.
A pena para o crime de estupro de vulnerável varia de 8 a 15 anos de reclusão e, conforme a delegada, será aumentada por se tratar de relação de padrasto e enteado. Para o delito de maus-tratos a reclusão é de dois meses a um ano. Todos os crimes, no entanto, serão respondidos em concurso material, já que as investigações apontaram que o menino teria sido molestado frequentemente por cerca de três anos.
Ione reforça que esse caso é mais um exemplo de como a maioria dos abusos sexuais acontece no ambiente familiar. Ela alerta os responsáveis a ficarem atentos ao comportamento das crianças, que pode apresentar mudanças como indicativo.