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Comerciantes realizam novo protesto em frente à PJF pela suspensão do lockdown

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Grupo esteve hoje na sede do Executivo, no terceiro dia de protestos contra o lockdown (Foto: Marcelo Ribeiro)

Pelo terceiro dia consecutivo, comerciantes voltaram à porta da sede da Prefeitura reivindicando a suspensão do lockdown. A decisão foi decretada no domingo (7) pela prefeita Margarida Salomão. Nesta quarta, o grupo levou um carro de som para a manifestação e afirma que foi impedido pela Guarda Municipal de entrar na área de sede do Executivo. De acordo com os manifestantes, os impactos têm sido muito grandes.

“Nossa mercadoria é perecível, não tem como guardar para outro dia. Como guardar flor? Era para o Dia Internacional da Mulher. A gente perdeu essa mercadoria. A Covid não tá no comércio, tá na praia. Tá todo mundo saindo pra praia. Se a gente não morrer de Covid, a gente vai morrer de fome”, disse uma comerciante do setor de floricultura ao microfone durante o ato. No relato, ela elencou que essa é uma das principais dificuldades vivenciadas pelos comerciantes. “A gente até chorou, as flores foram todas jogadas no lixo, não conseguimos nem vender. Mais de duzentas dúzias de rosas.” Essa comerciante, assim como outros participantes do protesto, disseram que a atuação dos fiscais têm dificultado ainda mais a situação.

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De acordo com o Flávio Souza de Mattos, proprietário de uma loja do segmento de tecnologia da informação, a demanda é a mesma dos dois primeiros atos realizados, respectivamente, na segunda e na terça-feira: a suspensão do fechamento total do comércio. “Há uma agressividade. Antes de o carro de som chegar, a Prefeitura fechou o portão pela entrada da Avenida Francisco Bernardino. Mandaram darmos a volta e entrar pela Avenida Brasil. As pessoas puderam entrar, mas o carro não pode. Por que não fazem assim com os carros da CUT? A Prefeitura segue sem nos receber”, afirmou Flávio.

Comerciantes alegam que decisão pelo lockdown não foi comunicada antecipadamente e não tiveram margem para se preparar para o período (Foto: Marcelo Ribeiro)

A empresária do ramo automobilístico Renata Duarte, que também é proprietária de uma marca de cosméticos, alega que os empresários sofrem abuso de autoridade. “Se o estabelecimento tiver alguém dentro, até trabalhador, é coagido. Isso passa muito do limite e, então, acho que chegou o momento de o empresário também poder cobrar.” Ela ressalta que a decisão pelo lockdown não foi comunicada antecipadamente, de modo que os comerciantes tivessem uma margem para se preparar para o período. “As pessoas estão endividadas, com o estoque cheio, e os fiscais inibindo as pessoas de estarem na rua. É falta de respeito com quem produz e dá emprego”. Renata também destacou que a manifestação é apartidária.

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A preocupação, segundo Renata Duarte, vem desde o ano passado, quando foi lançado o Programa de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), com a disponibilização de linhas de crédito com juros mais baixos do que os valores praticados pelo mercado. “A gente ganhou um prazo para pagar a conta, mas ninguém deu nada para nós. E não podemos demitir, porque o Programa exige que a gente mantenha os funcionários. ” Para ela, incentivos do Governo para segurar os problemas econômicos estariam sendo prejudicados pelas decisões municipais de fechar o comércio. “Estamos nessa situação há um ano e não somos nós que temos que pagar essa conta.”

Compromisso com o diálogo

A Prefeitura de Juiz de Fora reforçou, por meio de nota, o seu compromisso com o diálogo com todos e todas da cidade, seja com a sua representação no Fórum pela Vida, seja nas reuniões do Executivo com representantes da sociedade civil. “Ainda nesta semana, a prefeita irá conversar com uma comissão de pessoas que querem a reabertura do comércio”, frisou o comunicado.

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A decisão pela instalação da faixa roxa, no último domingo, foi uma medida extrema oriunda dos números alarmantes, de acordo com a Prefeitura. “Às 17h57 dessa terça-feira, a ocupação UTI SUS (Covid) chegou a 93,97%. Contamos com a colaboração da população para aumentar o distanciamento social e salvar vidas.”

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