Relatos de demora no atendimento a pelo menos dois acidentes com moto ocorridos na tarde desta sexta-feira (9) chegaram à Tribuna. Um dos casos aconteceu na Rua Alencar Tristão, próximo ao Cemitério Parque da Saudade, no Bairro Santa Terezinha, Zona Nordeste. Uma mulher caiu do veículo de duas rodas que ela conduzia e teria ficado estendida no asfalto por cerca de 40 minutos. O trânsito também ficou tumultuado, e os próprios populares que tentaram prestar auxílio à vítima teriam improvisado cones para sinalizar o local e controlado o tráfego em sistema de Pare e Siga. Já no Bairro Linhares, Zona Leste, uma pessoa também sofreu acidente de moto na Rua Boa Esperança e, segundo uma moradora da via, ficou cerca de uma hora e meia à espera de socorro.
A assessoria de comunicação do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Sudeste (Cisdeste/Samu) confirmou que esta sexta-feira foi um dia atípico, com muitas ocorrências, como transferências inter-hospitalares e acidentes. Por volta das 16h, por exemplo, somente em Juiz de Fora havia seis Unidades de Suporte Básico (USB) em atendimento, enquanto a Unidade de Suporte Avançado (USA) havia acabado de retornar ao pátio. O consórcio conta com 39 ambulâncias para atender, diariamente, os chamados de emergência de 94 municípios da região Sudeste de Minas Gerais pelo número 192, abrangendo mais de 1,6 milhão habitantes.
Sobre a situação da Rua Paracatu, a assessoria disse que o acidente aconteceu quando outros várias ocorrências com prioridade estavam em atendimento. “O médico regulador vê primeiro a questão de prioridade. Essa vítima não havia perdido a consciência e estava lúcida. Não tinha ambulância disponível naquele momento, mas logo em seguida, quando a equipe já estava em deslocamento, houve uma ligação do local recusando o atendimento.”
Ainda conforme a assessoria, a questão de demora é subjetiva. “Para quem está aguardando, cinco ou dez minutos é uma eternidade. Mas, por exemplo, temos uma ambulância na região Nordeste que fica no Hospital Ana Nery (Grama). Então o deslocamento pode ficar distante.” Devido ao dia atribulado, a assessoria não conseguiu detalhar o ocorrido com o chamado do Linhares.
Matéria publicada pela Tribuna no dia 16 de julho mostrou que das cerca de mil ligações recebidas por dia pelo Samu, 98 são trotes, média de uma a cada 15 minutos. A situação pode comprometer os atendimentos realmente necessários e custar vidas. Dos 205.025 telefonemas recebidos no primeiro semestre do ano passado, 35.426 foram trotes, totalizando 17% das ocorrências. Já no mesmo período de 2019, houve queda: foram 180.307 chamadas de emergência, das quais 17.792, quase 10%, foram caracterizadas como falsas. A redução é creditada às ações de conscientização destinadas principalmente ao público infantil.