O caso do filho que teria confessado à Polícia Civil ter matado o próprio pai, o empresário Waldir Jorge Zampier, de 64 anos, já tem audiência preliminar marcada para o dia 2 de agosto no Tribunal do Júri, a partir das 13h30. O réu, Felippe Horta Zampier, 24, foi denunciado pelo Ministério Público no último dia 2 por homicídio qualificado por motivo fútil, com circunstância agravante de ter cometido o crime contra ascendente, ocultação de cadáver e fraude processual. Ele ainda responde por concurso material, “quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes”.
A ocorrência foi registrada inicialmente como desaparecimento, mas investigações da 1ª Delegacia de Polícia Civil levaram à prisão do filho da vítima no dia 30 de maio. Na ocasião, o suspeito teria confessado ter atirado contra o pai, durante uma discussão no interior do veículo do rapaz. Os investigadores encontraram o corpo do empresário desovado em uma estrada de terra em Sarandira.
Na denúncia, o MP afirma que o assassinato aconteceu no dia 24 de maio, após as 14h, na Avenida Eugênio do Nascimento, no Bairro Aeroporto. “Felippe, agindo de forma livre e consciente, efetuou um disparo de arma de fogo contra a vítima Waldir, seu pai, causando-lhe as lesões relacionadas no laudo de necropsia, as quais foram a causa eficiente de sua morte.”
As investigações revelaram, segundo o MP, que, naquele dia, o jovem dirigia o carro, com o pai no carona, até uma agência bancária na Cidade Alta para “resolverem uma emergência financeira de responsabilidade do denunciado”, referente à empresa de Waldir. No trajeto, iniciou-se um bate-boca e, “no calor da discussão, o denunciado sacou uma arma de fogo (calibre 22) e efetuou um disparo que atingiu a cabeça da vítima”.
Ainda conforme o MP, após causar a morte do pai, o jovem, “de forma voluntária e consciente, com evidenciado intuito de ocultar o cadáver, se dirigiu até a cidade de Matias Barbosa, acessou uma estrada vicinal que leva ao distrito de Sarandira, onde dispensou a arma de fogo e arrastou o corpo de seu pai ribanceira abaixo, até ocultá-lo em uma mata fechada.”
Ao retornar para sua residência, Felippe, “ainda com intento de apagar as evidências do crime, trocou de roupa e limpou o sangue no interior do veículo”. Para a Promotoria, ele também premeditou possível álibi, enviando mensagem via WhatsApp do celular de seu pai para a namorada do empresário. Ainda segundo o MP, ao marcar um encontro com a mulher, se passando por Waldir, estaria transferindo eventual suspeita acerca da autoria do crime. “Também enviou mensagem para sua irmã se passando pelo pai, dando a esta instruções acerca das questões bancárias relacionadas à empresa.”
De acordo com a denúncia, na sequência, Felippe jogou no Rio Paraibuna o celular da vítima, a calça suja de sangue e o pano usado para limpar o carro. “Perante a família, o denunciado simulou o desaparecimento do pai, alegando que o teria deixado no Bairro Aeroporto, a pedido deste, em um ponto de táxi, para que ele pudesse encontrar com a namorada, não sendo a vítima mais vista a partir de então.” Desde o dia 30 de maio, o réu está no Ceresp, à disposição da Justiça.