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Cerca de 500 agentes de segurança pública de JF participam de ato em BH, dizem entidades de classe

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Ao menos 11 ônibus, com cerca de 500 agentes de segurança pública de Juiz de Fora, partiram para Belo Horizonte nesta quarta-feira (9) para a manifestação que acontece na capital. Os números foram passados à reportagem por representantes do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol/MG) e da Associação do Sistema Socioeducativo e Prisional de Juiz de Fora (Assprijuf). Segundo os órgãos, participam do ato bombeiros e policiais militares, civis e penais de todo o estado. Os profissionais reivindicam o cumprimento de acordo estabelecido em 2019 entre a categoria e o Governo de Minas Gerais para a recomposição salarial dos trabalhadores.

A manifestação que acontece em Belo Horizonte é a segunda realizada pela segurança pública mineira em menos de um mês. No último dia 21, cerca de 30 mil agentes compareceram a um movimento no entorno da Assembleia Legislativa de Minas (ALMG) que deu início a atos generalizados pelo estado. Em Juiz de Fora, a insatisfação dos policiais e bombeiros gerou efeitos a partir do dia 22, quando os trabalhadores passaram a operar em um regime diferenciado.

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Registro da manifestação da manhã desta quarta-feira (Foto: Wanderson Pires)

Desde então, a Polícia Civil mantém o funcionamento da Delegacia de Plantão, em Santa Terezinha, para o atendimento apenas de flagrantes, com redução a 30% do quadro. A Delegacia de Trânsito também tem atendimento com percentual reduzido de servidores. Os bombeiros e a PM atendem os chamados de casos graves, que exigem intervenção imediata.

Quanto aos policiais penais, por falta de pessoal, a categoria suspendeu o banho de sol dos prisioneiros e a visitação enquanto durar a paralisação. A interrupção das visitas gerou, inclusive, início de motim de presos na Penitenciária Professor Ariosvaldo Campos Pires no último sábado (5).

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“Estamos com expectativa de ter cerca de 50 mil policiais na Praça da Estação para, realmente, mostrar ao Governo Zema a nossa insatisfação em relação ao projeto de reajuste de 10%, que ele encaminhou à Assembleia Legislativa. Nós queremos apenas os nossos direitos que foram acordados em 2019, de 41,7% de recomposição das perdas inflacionárias”, afirma o vice-presidente do Sindpol, o delegado Marcelo Armstrong.

Segundo a categoria, apenas a primeira parcela do reajuste acertado com o Governo de Minas há três anos foi paga desde então, restando 37,75% do reajuste a ser efetivado nos vencimentos dos servidores da segurança pública. A insatisfação gerou, também, ato com centenas de integrantes da categoria em frente à 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil, em Santa Terezinha, em fevereiro. “Os policiais estão todos unidos e mobilizados por este objetivo comum. Queremos apenas as duas parcelas que nos faltam do acordo de 2019”, avalia Armstrong. “Esperamos uma negociação do Governo com as entidades de classe para chegar nestes termos acordados em 2019. Enquanto isso, nós mantemos a estrita legalidade (…). Esperamos que, hoje, o Governo tenha bom senso, dialogue com a categoria e resolva esses problemas”.

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A reportagem da Tribuna entrou em contato com o Governo de Minas para solicitar posicionamento sobre o ato realizado pelas forças de segurança do Estado nesta quarta. Entretanto, até o momento, não houve resposta.

Motim ainda gera discussão

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O motim iniciado por presos na Penitenciária Professor Ariosvaldo Campos Pires no último sábado ainda é alvo de discussão, sobretudo pela recorrência de movimentos parecidos em todo o estado desde o início da manifestação dos servidores da segurança. No último dia 28, foi registrado um motim de detentos na cidade de Governador Valadares. 

Já em março, após o ato em Juiz de Fora, presos atearam fogo em colchões em presídio de Montes Claros, no Norte de Minas, contra as reduções das visitas, mesmo motivo que levou ao incêndio na prisão em Linhares. Na terça-feira (8), outro caso foi registrado em Janaúba, também no Norte mineiro, onde detentos utilizaram cobertas para iniciar um incêndio no local.

“O motim começou porque, depois de horas esperando para entrar para a visitação, o assistente social falava que ou os agentes estavam de atestado ou que não tinha gente suficiente para poder acompanhar a visita”, explica a presidente da Associação de Familiares e Amigos dos Presos de Juiz de Fora e região, Miriam Louzada. “Quando iniciou a greve (das forças de segurança), eles começaram a não agendar visita, tanto a íntima quanto a social”, conta Miriam, lembrando que alguns familiares chegam a realizar o teste de Covid-19 exigido para as visitas íntimas, mas são barrados na entrada.

A reportagem da Tribuna também questionou a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MG) quanto à relação entre a redução de efetivo das forças de segurança e as reivindicações dos detentos, mas ainda não houve resposta.

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