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JF tem aumento nos casos de dengue em 2022

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Os casos de dengue aumentaram em Juiz de Fora em 2022 quando comparados aos números do ano anterior. Por outro lado, os números seguem distantes daqueles registrados em anos de epidemia da arbovirose, como em 2019, antes do surgimento da pandemia da Covid-19. Visando aos próximos meses, no entanto, a volta do período chuvoso e a chegada do verão ligam o alerta para a possibilidade de alta proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue.

De acordo com dados do monitoramento da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), Juiz de Fora registrou, até a última terça-feira (6), 120 casos confirmados de dengue. O número representa crescimento de quase 300% frente às 45 notificações da arbovirose registradas durante todo o ano de 2021. Em 2020, ano de deflagração da pandemia de Covid-19, a pasta estadual confirmou 171 casos, quantidade ligeiramente superior à atual. Diferentemente dos períodos anteriores à pandemia, nos três últimos anos a cidade não registrou óbito decorrente da doença.

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Apesar de os números mostrarem uma tendência de crescimento na proliferação do Aedes aegypti em relação ao ano anterior, os dados de Juiz de Fora são distantes do cenário da epidemia observada em 2019. Naquele ano, a cidade chegou a dezembro com 7.435 casos prováveis da arbovirose, número que colocava o município como de “incidência muito alta” da doença, e 14 pessoas perderam a vida por agravamento do quadro de dengue.

Minas também tem salto

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Assim como em Juiz de Fora, os dados referentes a todo o estado de Minas Gerais mostram aumento nos casos de dengue. Se, em 2021, foram confirmados 23.103 casos, neste ano 68.728 pessoas tiveram a doença viral, aumento também próximo a 300%. Os números mineiros também mostram discrepância em relação a anos de alta proliferação do Aedes aegypti. Em 2019, 2016 e 2013 foram registrados, respectivamente, 475 mil, 524 mil e 416 mil casos.

Ao longo de 2022, aconteceram 63 mortes em decorrência da arbovirose no estado, além de outros 21 óbitos em investigação. Pirapetinga e Manhuaçu são as únicas cidades da Zona da Mata que registraram óbito por conta da dengue, com uma morte cada.

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Liraa indica ‘risco médio’ para dengue em JF

A Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), por nota, afirma que a cidade tem “melhor situação” em relação a outros municípios no que diz respeito à dengue. Dados do município apontam para 98 casos confirmados da arbovirose em residentes, “número esperado para o período epidêmio”, conforme a PJF. O Levantamento de Índice Rápido de Aedes aegypti (LIRAa) mais recente, realizado entre os meses de outubro e novembro, apontou índice de infestação de 2,8, colocando a cidade como de “risco médio” para dengue.

Durante o levantamento, afirma a Prefeitura, os tipos mais comuns de pontos de infestação do Aedes aegypti encontrados foram vasos/frascos com água, pratos, garrafas retornáveis, considerados depósitos móveis, seguidos de obras, calhas e estruturas abandonadas ou em desuso. Outro ponto importante apontado foi o aumento de recusas à entrada dos agentes incumbidos da fiscalização. “Como a maioria dos focos está dentro das residências, é muito importante a conscientização e o apoio da população para controle dos vetores”, lembra.

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O Município ainda afirma que adota a estratégia de monitoramento contínuo através das “ovitrampas, que constituem método sensível e eficaz na detecção da presença de Aedes aegypti”. De acordo com a PJF, o método “é especialmente útil para a identificação precoce de novas infestações, apontando áreas de maior risco e possibilitando que os agentes de endemias possam atuar de maneira rápida na execução de estratégias de bloqueio e tratamento focal.

Infectologista alerta para subnotificação

Para o médico infectologista Marcos Moura, os números mais baixos de notificações de dengue nos anos de pandemia não significam, necessariamente, abrandamento da proliferação de casos. Segundo ele, a semelhança entre os sintomas de dengue e de Covid-19 torna propensa a subnotificação de casos da doença transmitida pelo Aedes aegypti, que passa a ter menos atenção da população. “Dentro da pandemia, todas as doenças diagnosticáveis tiveram redução. Acreditamos que houve uma sobreposição de casos e uma prioridade no diagnóstico de Covid, resultando em uma diminuição geral”, avalia o especialista.

Moura levanta preocupações quanto ao afrouxamento das medidas de controle da dengue ao longo dos últimos anos, frente à atenção do Poder Público focada na pandemia de Covid-19. Como os ciclos epidêmicos das doenças virais acontecem a cada dois ou quatro anos, a atenção deve ser redobrada para a possibilidade de alta proliferação no próximo ano, de acordo com o infectologista.

Dessa forma, orienta o médico, a população deve ter cuidado com os pontos de água parada que possam se tornar foco de criação do mosquito Aedes aegypti nas residências. Além disso, é importante ficar atento aos sintomas tradicionais da dengue, como febre alta, dor no corpo e fadiga. “Diante de qualquer sintoma, é necessário que a pessoa busque um atendimento médico para ter uma avaliação que, inclusive, pode diagnosticar outras doenças”, alerta Moura.

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