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Governo de Minas divulga Pesquisa de Demanda Turística em JF

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Considerada uma das principais ferramentas para o desenvolvimento de estratégias adequadas para alavancar o turismo no estado, a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais divulgou, no início do mês de dezembro, os resultados da Pesquisa de Demanda Turística. O estudo, que foi realizado entre os dias 7 e 31 de julho, ouviu viajantes de 52 cidades mineiras, incluindo Juiz de Fora, que contou com 332 pessoas entrevistadas em dois pontos da cidade: no Terminal Rodoviário e no Parque da Lajinha.

Dentre os diversos dados apurados pela pesquisa, é possível apontar a existência de um perfil majoritário entre os turistas. Cerca de 60% dos entrevistados disseram viajar sozinhos, com os aproximadamente 40% restantes viajando com amigos ou familiares. Quando indagados sobre qual seria o principal atrativo turístico de Juiz de Fora, o setor mais citado foi o da categoria de shows, eventos e vida noturna, seguido da visita a locais históricos e da realização de compras. A faixa etária compreendida entre os 25 a 36 anos foi a que mais visitou Juiz de Fora, acompanhada dos jovens entre 16 a 24 anos. A pesquisa pode ser acessada na íntegra no site do Observatório do Turismo de Minas Gerais.

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Para a vice-presidente do Juiz de Fora Convention & Visitors Bureau, Thaís Lima, a pesquisa é um dos melhores instrumentos para indicar quais são os caminhos para o desenvolvimento das políticas relacionadas ao setor. “Um dos pontos positivos é o fato de a pesquisa demonstrar que as pessoas vêm para cá e têm interesse em voltar, o que significa que Juiz de Fora está entregando algo de positivo para esses turistas. As pessoas vêm aqui pela primeira vez e se surpreendem, por perceberem que a cidade tem mais do que elas imaginavam”, assegura. O fato explicitado por Thaís é sustentado na estatística exposta pelo estudo: 76% dos entrevistados disseram que o município de Juiz de Fora teria atendido às suas expectativas anteriores à viagem, e 95% dos turistas gostariam de voltar à cidade.

Pesquisa não aponta realidade completa, diz Sindicato

O estudo revela alguns dados contrastantes com a realidade empírica observada por alguns setores que compõem o turismo em Juiz de Fora. Indagados sobre onde se hospedariam, 71% dos entrevistados disseram que iriam dormir na casa de parentes ou amigos; somente 23% dos respondentes afirmam que ficariam em hotéis. Para o assessor da diretoria do Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes Similares de Juiz de Fora (SHBRS/JF), Rogério Barros, a pesquisa se torna, de certa forma, incompleta, pois não realizou nenhuma das entrevistas nos próprios hotéis da cidade, que, em tese, concentram os turistas que visitam o município.

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“O que nós observamos no nosso dia a dia é que a grande maioria dos viajantes que ficam nos hotéis da cidade compõem o perfil do turista de negócios, considerado um dos pontos fortes de Juiz de Fora. Isso se demonstra pelo fato de que a maior taxa de ocupação na rede hoteleira no município é observada entre as terças e quinta-feiras. Por isso, acredito que fosse importante que a pesquisa também fosse realizada nos hotéis”, afirma Barros. Segundo ele, as taxas de ocupação da rede hoteleira no município costumam variar entre 40% e 50% durante o decorrer do ano. A exceção é observada nos períodos em que Juiz de Fora sedia eventos de grande relevância regional e nacional, tais como a Rainbow Fest e o Miss Brasil Gay, além de eventos de negócios, tais como feiras no formato da Minas Láctea.

Em agosto, a Tribuna mostrou que ambas as festas direcionadas ao público LGBTQIA+ tinham expectativa de movimentar cerca de R$ 7,5 milhões na economia do município. Na época da realização dos eventos, a taxa de ocupação dos hotéis juiz-foranos chegou a quase 90%, de acordo com dados dos organizadores. A pesquisa divulgada neste mês também relevou a média de gastos dos turistas que passearam por Juiz de Fora. Dentre os itens avaliados, o tíquete médio dos viajantes com compras foi de R$ 179, seguido do setor alimentício, no qual os turistas gastaram a média de R$ 138. Já itens como transporte interno e o valor gasto com atrativos turísticos ou passeios na cidade figuraram entre os menores dentre as áreas analisadas, com média de R$ 78 e R$ 25, respectivamente.

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Meios de transporte utilizados para chegar a JF

A ausência da realização dos levantamentos estatísticos nos dois aeroportos que servem Juiz de Fora também foi motivo de crítica do turismólogo e idealizador da página no Instagram “Papo de Aeroporto”, Rafael Castro. Nos dados divulgados no levantamento, cerca de 85% dos turistas que vieram à JF declararam ter chegado por meio de ônibus rodoviários, com 9% tendo se deslocado em carros particulares e apenas 1,2% tendo vindo por meios aéreos. “Geralmente, as pesquisas de demanda turística são realizadas em atrações turísticas e nos principais terminais de transporte que atendam determinado município ou região. No caso de Juiz de Fora, o questionário não foi aplicado no Aeroporto Regional da Zona da Mata, e, por mais que ele atenda a todos os outros municípios da região, esse aeroporto serve principalmente aos passageiros juiz-foranos”, pondera.

Ainda com a intenção anunciada pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) de que o Aeroporto da Serrinha venha a ter voos comerciais novamente, a partir de uma reestruturação do terminal que envolveria a Infraero, concessionária estatal que atualmente administra o local, o último voo comercial realizado no aeroporto foi em 2014, quando a Azul Linhas Aéreas transferiu suas operações em definitivo para o Aeroporto Regional, localizado na cidade de Goianá, a 45km do centro de JF. Mesmo diante da ausência das operações no terminal municipal, Castro acredita que a porcentagem de turistas que chegam à cidade pelo transporte aéreo seja razoavelmente maior do que a indicada na pesquisa.

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“Quando olhamos para os números do Aeroporto Regional somente neste ano, é possível notar um crescimento expressivo no número de voos e de passageiros. Só neste ano, mais de 80 mil passageiros já utilizaram o terminal. Desta forma, o número de viajantes já chega a ser 161% maior do que em relação ao ano passado, de acordo com dados da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC)”, aponta. A Tribuna questionou à Prefeitura sobre como estaria o processo de reativação das operações comerciais no Aeroporto da Serrinha. Por meio de nota, a PJF indicou que, além de enxergar positivamente os resultados da pesquisa, está fomentando diretamente o turismo na cidade por meio da criação da Secretaria de Turismo, e que a Infraero está em fase de finalização das regulamentações necessárias para o aeroporto receber voos comerciais, com as tratativas diante das empresas aéreas se encontrando em estágio avançado.

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