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Medo afasta profissionais de saúde de Uaps

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Unidade do Santa Rita permanece fechada desde quarta-feira, após execução no imóvel

Cerca de seis mil pessoas da região do Bairro Santa Rita, Zona Leste, estão há uma semana sem acesso à unidade de atenção primária à saúde (Uaps). O atendimento foi suspenso após um homem ser executado a tiros no local, na última quarta-feira. Um paciente de 50 anos também foi baleado e permanece no CTI do Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus, em estado regular.

Todos os trabalhadores da unidade pediram remanejamento, e alguns entraram com atestado médico, como informa o subsecretário de Atenção Primária à Saúde, Thiago Horta. Ele conta que será necessário “reconstruir toda equipe do Santa Rita, formada por dois médicos, dois auxiliares de enfermagem, dois enfermeiros e um recepcionista.”

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Segundo ele, os agentes comunitários de saúde continuam fazendo as visitas domiciliares e se revezam para entrega de exames prontos. O subsecretário informou ainda que nesta sexta o posto volta voltar a realizar consultas ambulatoriais. “Inicialmente, vamos escalar uma equipe transitória, com um médico e um auxiliar de enfermagem, para fazer esses atendimentos. Esperamos que a partir do próximo dia 17 já tenhamos alocado em definitivo os profissionais na unidade.”

O presidente do Sindicato dos Médicos, Gilson Salomão, reforça que os profissionais estão “extremamente abalados” com a violência na Uaps e se recusam a voltar. “Apesar de a Secretaria de Saúde estar oferecendo todas as garantias, eles estão receosos. Nós não sabemos até que ponto essas garantias chegam. Eles (os trabalhadores da unidade) disseram que nunca passaram por uma situação tão horripilante.”

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Nesta terça-feira o Sindicato dos Médicos enviou ofício para a Secretaria de Saúde e para a Ouvidoria Regional de Saúde pedindo garantia de segurança e integridade física para a equipe médica e demais funcionários da unidade. O sindicato ainda está elaborando um ofício especial para ser encaminhado à Polícia Militar.

210 atendimentos perdidos

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Desde a última quarta-feira, quando ocorreu o homicídio na Uaps, cerca de 35 consultas e procedimentos diversos deixam de ser realizados diariamente, o que representa um total de 210 atendimentos cancelados. Uma das usuárias do SUS que estão sendo prejudicadas é a dona de casa Carmem Lúcia Lourenço, 53 anos. Ela faz controle de hipertensão no posto e tinha consulta agendada para ontem. Como ainda não houve reagendamento, Carmem não sabe quando será atendida. “Aqui a demanda é muito grande, muitas pessoas vêm consultar, buscar remédios, exames, receitas. Nem a marcação de consultas está funcionando. Também não estamos conseguindo encaminhamento para hospitais.”

De acordo com outra moradora que preferiu ter o nome preservado, quem procura o posto está sendo encaminhado para a Uaps do Alto Grajaú. “O pessoal tem ido lá, mas eles não estão atendendo.” A assessoria da Secretaria de Saúde informou que desde ontem “duas enfermeiras foram remanejadas para a unidade do Alto Grajaú para realizarem atendimentos a esses usuários”.

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