Os trabalhadores dos Correios de Juiz de Fora e outros 122 municípios da Zona da Mata e Campo das Vertentes podem entrar em greve a partir da próxima segunda-feira (12). A informação é do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Comunicação Postal, Telegráfica e Similares de Juiz de Fora e Região (Sintect/JFA). Uma manifestação, marcada para a manhã de segunda, também deve acontecer em frente ao prédio principal dos Correios em Juiz de Fora, na Rua Espírito Santo. Os trabalhadores reivindicam a manutenção do plano de saúde da forma acertada no último acordo coletivo e vão se manifestar também contra a suspensão das férias e a ameaça de privatização dos Correios.
Conforme o diretor de finanças do Sintect/JFA, Alan Marques, cerca de 400 trabalhadores atuam nos Correios na região. A expectativa é de que todos participem do movimento grevista, sendo que o efetivo obrigatório de 30% dos empregados continuará trabalhando durante a greve. “Nossa principal bandeira é a mudança da cláusula sobre o plano de saúde. A empresa quer excluir os pais dos trabalhadores e cobrar mensalidade pelo plano. Isso prejudica muito o trabalhador, porque o salário é muito baixo, e o que segura a maioria dos funcionários são benefícios como esse. Essa cobrança impactará em 25% o salário do trabalhador, que vai perder poder de compra.”
Atualmente, segundo o diretor, pais e mães de trabalhadores que tenham mais de 55 anos e recebam menos que 1,2 salário mínimo têm direito a utilizar o plano de saúde. Além disso, o valor do compartilhamento pago pelos trabalhadores quando o plano é utilizado deve ser maior, sendo que a empresa paga a totalidade da mensalidade dos planos. Além disso, filhos e esposas ou maridos dos empregados também podem usar o benefício, mas, com o novo acordo, os Correios querem aumentar as taxas de utilização do plano por familiares.
A greve é articulada pela Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadores dos Correios (Findect), que aprovou greve por tempo indeterminado a partir das 22h de domingo (11). Além da reivindicação mais urgente sobre o plano de saúde, os empregados dos Correios também são contra mudanças no plano de carreira e extinção de cargos; terceirização da área de tratamento; privatização dos Correios; suspensão das férias; e pedem a realização de concurso público e contratação de seguranças para as agências.