Mulheres juiz-foranas encabeçaram, na tarde desta quarta-feira (8), o ato unificado que reuniu cerca de 25 organizações e coletivos, que se uniram em torno do lema da campanha: ” Nem uma a menos! Contra as reformas da Previdência e Trabalhista”. O movimento fez coro com os protestos em todo o país e se unificou a manifestações em pelo menos 50 países, nos quais a iniciativa obteve adesão, independentemente da forma e das especificidades de cada local.
“As mulheres criaram um grande movimento em torno das suas bandeiras. A partir de três movimentos – a greve na Polônia contra Leis Anti- Aborto, a paralisação na Argentina contra o crime de feminicídio e o movimento após a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos -, houve um consenso mundial de que há um retrocesso nos direitos das mulheres e, por conta disso, o movimento foi criado”, explicou professora de História Lucimara Reis, organizadora da Marcha 8M.
Em Juiz de Fora, assim como nas capitais e cidades pelo Brasil, o trabalho e as reformas da Previdência e Trabalhista foram os temas centrais. “Queremos dar visibilidade ao nosso trabalho. Dados da América Latina mostram que, no trabalho formal, recebemos, em média, menos 26% que os homens, fora o trabalho informal, não valorado. A reforma da Previdência é um exemplo e iguala o tempo de contribuição, ignorando que cuidamos de crianças, idosos, de alguém que fica doente, e interrompe o ciclo da atividade formal, fazendo da nossa jornada ininterrupta.” A intenção, ainda de acordo com Lucimara, é fazer um feminismo 99%. “Como disse Ângela Davis, a classe trabalhadora, mulheres, homens, todos juntos, com direitos iguais, isso representa um salto qualitativo dentro do nosso movimento”, exclamou a organizadora.
Durante o protesto, elas lembraram de outras lutas, como o combate à violência doméstica, ao feminicídio, à violência sexual no espaço urbano, entre outras demandas. “As mulheres ocupam um espaço de protagonismo dentro das lutas por políticas públicas, que asseguram os direitos. Muitas leis para as mulheres ficam no papel e não nos atingem, não nos beneficiam. Então esse espaço coletivo de união é fundamental para enfrentarmos juntas todas as formas de violência e discriminação”, bradou a representante da União Brasileira das Mulheres (UBM), Cristina Castro.