Uma casa desabou parcialmente durante a madrugada desta terça-feira (8), na Rua Celso Nunes Leal, no Bairro Bonfim, Zona Leste. A residência já estava interditada pela Defesa Civil desde a última semana, após o aparecimento de rachaduras na estrutura. O desabamento não deixou vítimas, mas informações colhidas com moradores dão conta de que o imóvel passava por instabilidade. Segundo eles, o motivo seria a erosão na rede pluvial da região, problema que estaria causando risco a outros imóveis próximos.
Conforme a proprietária do imóvel que desabou, Giovana Nogueira, a deterioração da estrutura do imóvel teve início em decorrência de um processo de erosão que acontece entre as ruas Horanides Maria Aparecida e Otávio Pereira Torres, situadas logo acima da residência que desabou. “A casa foi interditada por conta de um vazamento na rede pluvial da rua de cima”, conta Giovana, que está alocada com o marido e dois filhos na casa da sogra, logo ao lado do imóvel desabado. “Eu estava na casa da minha sogra com a minha família (marido e dois filhos) e acordamos 1h da manhã com o quarto, onde seria o quarto dos meus filhos, caindo. Foi um estrondo muito forte. Foi desesperador”.
Antes, o problema na rede pluvial já havia gerado uma cratera em frente a uma residência na Rua Horanides Maria Aparecida, próximo ao número 10. Ao menos uma residência e uma igreja foram interditadas em função do buraco, que apareceu ainda em janeiro e se deteriorou durante as chuvas. “Essa casa sempre foi muito boa, tinha uma estrutura muito boa. A rachadura apareceu quando começou o problema na rua de cima, a cratera (…). A rua está quase descendo”, teme a proprietária.
A moradora ainda afirma que, desde a interdição, corriqueiramente agentes da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) aparecem no local para realizar vistorias. O posicionamento do Executivo municipal, de acordo com Giovana, foi de que será necessária a intervenção de uma firma terceirizada para executar o conserto. “Até agora, não prestaram nenhuma assistência. Desde que a casa foi interditada, ninguém se mostrou solícito a fazer nada por nós”.
Por meio de nota, a Defesa Civil informou que esteve no local do desabamento durante a madrugada para vistoriar os arredores após o ocorrido e confirmou que o imóvel já estava interditado preventivamente. O órgão também afirma que o imóvel próximo, onde a proprietária está morando com a família, “também foi vistoriado e não foi constatado dano estrutural”.
Ainda de acordo com a nota, a PJF “já adquiriu os materiais necessários para a construção de cerca de 300 metros de uma nova rede pluvial entre a Rua Horanides Maria Aparecida e Rua Otávio Pereira Torres, em substituição à atual, que está quebrada”.
Problema em rede pluvial preocupa moradores
A quebra da rede pluvial entre as ruas Horanides Maria Aparecida e Otávio Pereira Torres causa preocupação aos moradores, receosos com a possibilidade do agravamento da cratera. Segundo Jorge Oliveira, que mora há 50 anos na rua, no trecho, antigamente, situava-se um esgoto a céu aberto, que foi fechado após um mutirão dos moradores. “Toda essa cratera aconteceu em um dia sem chuva”, conta ele, afirmando que o buraco começou a abrir no dia 13 de janeiro e, de repente, atingiu a dimensão atual. Ainda segundo o morador, no imóvel interditado moram duas famílias.
Com a abertura da cratera, os populares levantam preocupação com afundamentos no asfaltamento em outros pontos da Rua Horanides Maria Aparecida. Outro ponto destacado por Oliveira é a falta de diálogo entre a Prefeitura e os moradores. “A Prefeitura manda técnicos, manda engenheiros, (da) Defesa Civil, (da) Cesama… mas eles deveriam reunir os moradores antigos para saber o histórico dessa rua e tomar uma providência para a frente”.