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Opositores do Governo de Jair Bolsonaro participam do Grito dos Excluídos em JF

Foto: Leonardo Costa

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O tradicional Grito dos Excluídos, que marca as manifestações da classe trabalhadora nos feriados de 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil, foi realizado nesta terça-feira na Praça do Bairro Santa Luzia, Zona Sul de Juiz de Fora. O movimento reuniu representantes de mais de 40 entidades, além da população em geral, e pediu o fim do Governo de Jair Bolsonaro (sem partido).

Os manifestantes, muitos deles vestidos com a cor vermelha, carregaram bandeiras de movimentos sociais e feministas, de sindicatos e de partidos de esquerda que são oposição ao Governo federal. Representantes da Câmara Municipal e da Assembleia Legislativa também marcaram presença. “O Grito dos Excluídos é necessário para fazermos uma reflexão sobre o momento que estamos vivendo. Com o aumento da pobreza, do número de desempregados e da desigualdade social, estamos vendo o país mergulhar em um abismo”, disparou o presidente da Câmara, Juraci Scheffer (PT).

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Com gritos como “A nossa luta é todo dia, porque saúde não é mercadoria” e “Vacina, vacina, fora genocida”, o protesto ainda lembrou os mais de 584 mil mortos pela Covid-19 no país. “O ato é um repúdio ao que estamos vendo, principalmente em relação à pandemia. Quantas vidas ceifadas poderiam ter sido evitadas?”, completou Juraci.

As falas de lideranças foram alternadas, em microfone ligado a um carro de som, que também evocou frases como “Fora, Bolsonaro e seus generais”. Outra pauta é a alta dos preços: “O preço da comida não para de subir, Bolsonaro, eu vou fazer você cair”, gritaram os participantes. A luta contra o Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 32, da Reforma Administrativa, também foi enfatizada pelos grupos. “Essa é uma manifestação real. Estamos vivendo um momento com 580 mil mortos na pandemia, gasolina a R$ 7, preço dos alimentos nas alturas, e o povo sendo levado à miséria. Alguém ainda está querendo defender esse presidente? Lutamos contra as reformas trabalhista, previdenciária, administrativa e tributária, contra as privatizações e os cortes nas áreas de ciência, educação e saúde”, contextualizou o deputado estadual Roberto Cupolillo (Betão, PT).

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 Ato foi puxado por carro de som na Praça do Bairro Santa Luzia (Foto: Leonardo Costa)

“O povo brasileiro não aguenta mais o preço da cesta básica. A fome está batendo na casa de todas as pessoas e, com o preço dos combustíveis e do gás, muitas voltaram a cozinhar no fogão a lenha. A retirada de direitos da classe trabalhadora é gravíssima. Temos 15 milhões de pessoas desempregadas. Não é possível mais a continuidade desse Governo. E nós temos que estar nas ruas, para mostrar que temos direito a um Governo que pensa, olha e governa para o povo e não para os grandes empresários. A PEC 32 também é um ataque profundo aos serviços públicos e não podemos permitir. Não dá para esperar 2022, é fora Bolsonaro e seus generais”, avaliou a vereadora Cida Oliveira (PT).

Deputado estadual Roberto Cupolillo (Betão) e vereadora Cida Oliveira, do PT, participaram do ato (Foto: Leonardo Costa)

À frente do PSTU em Juiz de Fora, Victoria Melo ressaltou que as manifestações a favor e contra Bolsonaro fazem parte da polarização que o país está vivendo. “De um lado, a extrema direita, inclusive com o presidente convocando para essas manifestações, com caráter extremamente golpista, de ataque às liberdades democráticas e vontade de retorno à ditadura militar. De outro lado, está a classe trabalhadora, que está nas ruas há 27 anos fazendo o Grito dos Excluídos, dialogando sobre as dificuldades que nossa classe vive. É um dia de luta e simbólico para nós.” Segundo ela, foram realizados mais de 200 atos pelo Brasil todo. “Nossa bandeira é o impeachment de Bolsonaro. A classe trabalhadora não aguenta mais. É o preço do gás, do combustível, da energia elétrica, dos alimentos e os ataques aos direitos trabalhistas.”

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Histórico operário

Segundo líderes do protesto, o Bairro Santa Luzia foi escolhido para a realização do Grito dos Excluídos por causa de seu histórico operário e pelo fato de o Centro sofrer um natural esvaziamento em feriados. “Nos outros anos a gente sempre ia atrás do desfile dos militares, convocando a população. Mas como este ano não teve o evento, devido à pandemia, escolhemos vir para o Santa Luzia, que tem muitos trabalhadores”, explicou a funcionária pública ligada ao grupo Diálogo e Ação Petista, Elienai da Rocha Silva. Para ela, o ato representa a defesa da democracia e a dor pelas vidas humanas que estão sendo perdidas para a Covid-19. “Somos contra esse desgoverno, que está destruindo o país e está pouco preocupado com a população.” Ela teme um golpe. “Estamos correndo o risco de perder nossa democracia e liberdade de expressão, sem contar o desemprego, a inflação. O país voltou para o mapa da fome e isso tudo é muito preocupante.”

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Foto: Leonardo Costa

O movimento pacífico ainda contou com a distribuição de álcool gel e de máscaras do tipo PFF2. “Há muitos anos ocupamos essa data nas ruas para denunciar toda a miséria. Neste ano, viemos para denunciar o Governo genocida do Bolsonaro, mas também para lutar por melhores condições de vida, emprego, trabalho e moradia. A independência, de fato, nunca ocorreu para as mulheres trabalhadoras. Lutamos por uma sociedade que seja realmente justa”, conclui Mariana Peres, militante do coletivo feminista classista Ana Montenegro.

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Segundo informações da Polícia Militar, nenhuma ocorrência foi registrada durante a manifestação, que teve dispersão no início da tarde. A corporação informou que não faria nenhuma estimativa em relação ao público presente.

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