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Briga no Alto dos Passos envolve cerca de 150 pessoas

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Uma briga generalizada entre integrantes de várias gangues de diferentes bairros de Juiz de Fora envolveu cerca de 150 pessoas na noite do último sábado (5) em plena Avenida Rio Branco, na altura do Bairro Alto dos Passos, na Zona Sul de Juiz de Fora. Na tentativa de conter o tumulto de grandes proporções, ocorrido por volta das 23h, em uma das noites mais movimentadas na região de bares e restaurantes, a Polícia Militar (PM) acabou sendo atacada com garrafas pelo bando. Apenas após disparar tiros com munição não letal é que os policiais conseguiram dispersar a multidão. Cerca de 30 pessoas foram abordadas e submetidas a busca pessoal, mas outras conseguiram escapar pela Rio Branco. Sete jovens, com idades entres 16 e 19 anos, foram detidos e encaminhados para prestar depoimento na delegacia. Dois deles apresentavam escoriações e precisaram ser levados ao Hospital de Pronto Socorro (HPS), onde foram medicados e liberados.

Entre os produtos recolhidos pela polícia aos pés dos suspeitos estavam sete cigarros de maconha, um canivete e duas garrafas de cerveja vazias. Conforme a PM, quase todos os os conduzidos se reservaram ao direito de só prestarem declarações em juízo. No entanto, um deles revelou que estava transitando com seu “bonde” pelo Alto dos Passos, quando cruzou com uma gangue do Santa Luzia, dando início a uma grande briga generalizada, da qual participaram outros “bondes de Juiz de Fora”, inclusive alguns da Zona Norte. Conforme a PM, o depoente já seria conhecido no meio policial por envolvimento em crimes como roubos à mão armada, tráfico de drogas e porte ilegal de armas. Ele ainda acrescentou que o fato só cessou com a intervenção da polícia.

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De acordo com o registro policial, um sargento que conseguiu alcançar o meio do tumulto fez os dois disparos de borracha com espingarda calibre 12 na direção das pernas dos infratores, a uma distância de cerca de 20m. Os dois feridos apresentavam lesão na perna direita e na nádega, mas a PM informou não ter sido possível verificar se os ferimentos foram provenientes dos tiros ou da confusão.

Tumultos frequentes

Segundo a própria PM, comerciantes já teriam alertado sobre a possibilidade de confusão envolvendo esses grupos de jovens, já que outros confrontos em proporções menores vêm aterrorizando moradores e trabalhadores da região. Um comerciante da região, que preferiu não se identificar, contou à Tribuna que a situação já era esperada, já que a ocorrência de brigas na área está cada vez mais frequente. “Estamos continuamente expostos a riscos de tumulto por aqui, uma vez que é possível perceber a circulação de grupos de galeras rivais. Temos medo de onde isso pode parar, já nossos clientes e funcionários são vítimas em potencial”, afirmou.

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Já uma moradora, que também não quis se identificar, relatou que ela e vizinhos estão com medo de circularem pelas ruas no período da noite. Segundo conta, os moradores se sentem ameaçados em caminhar pelas ruas Machado Sobrinho, Pedro Botti e Morais e Castro. “Já vi loja tendo que fechar as portas às pressas com uma pessoa suspeita ameaçando entrar à força. Além disso, a toda hora, nos deparamos com pessoas usando crack na rua e com a presença de crianças”, diz.

Segundo ela, além da atuação da Polícia Militar, é preciso a atuação de outros órgãos públicos na área para minimizar a situação, uma vez que é possível ver adolescentes consumindo bebida alcoólica nos arredores e muitas pessoas em situação de rua. O caso mobilizou várias viaturas em apoio ao Grupo Especial de Patrulhamento em Área de Risco (Gepar) e às Patrulhas de Prevenção Ativa da 32ª Companhia da PM. Segundo a polícia, muitos dos integrantes das gangues são envolvidos até em homicídios, além dos casos de agressão e lesão corporal.

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Vandalismo

Menos de quatro horas depois do tumulto na noite de sábado, câmeras do Olho Vivo flagraram um grupo chutando uma lixeira também na Avenida Rio Branco, no Centro. O bando foi abordado por volta das 2h30 de domingo e submetido a busca pessoal. Um jovem, 21, teria desobedecido as ordens dos militares e também proferido palavrões contra eles. O rapaz foi preso por desacato e levado para a delegacia.
A Tribuna tentou contato com o comando da companhia da Polícia Militar que atua no Bairro Altos dos Passos, mas não obteve êxito.

 

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