Ponto de encontro na área central de Juiz de Fora, o Parque Halfeld passará por uma reforma ainda este ano, com valor estimado em R$ 446.370,11 mil. Com foco nas melhorias das condições de acessibilidade, com a construção de rampas e colocação de pisos táteis em todo o entorno, o projeto também prevê outras modificações. Entre elas, a substituição e realocação de parte do mobiliário urbano, como bancos e mesas de jogos. As intervenções, previstas para iniciarem ainda no segundo semestre, devem durar cerca de cinco meses e serão feitas de forma gradativa. Com isso, o parque não será fechado durante a reforma, considerada a maior já promovida desde 1981. A previsão é que as propostas das empresas interessadas em participar da licitação sejam entregues na próxima sexta-feira, dia 15.
Com a obra, parte do calçamento em pedra portuguesa será removido e substituído por piso tátil, importante para deficientes visuais se locomoverem. Além disso, a retirada das pedras tem o objetivo de evitar os desníveis que hoje existem no chão, em razão do crescimento das raízes das árvores. Nestes locais, haverá melhor espaçamento entre calçada e área verde, com elevações nos canteiros. Também estão previstas pequenas adequações nos locais ocupados por pontos comerciais dentro do parque, assim como na área destinada aos taxis, na Avenida Rio Branco. Neste espaço, hoje separado por duas baias, haverá apenas uma.
De acordo com o prefeito Bruno Siqueira (PMDB), que falou ontem sobre a reforma, as mudanças, elaboradas por um grupo de seis arquitetos da Prefeitura, não modificarão aspectos do parque que são tombados. “Tudo que vamos fazer foi aprovado pelo Compac (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural). É importante ressaltar que esta reforma dará continuidade a uma série de outras intervenções já promovidas, como a troca da iluminação, reparo no coreto, a implantação das câmeras do ‘Olho vivo’, revitalização do parquinho, troca das lixeiras, reforma dos banheiros, além da limpeza constante dos serviços de jardinagem e retirada das pérgulas para uso das barracas removíveis. E o próximo passo, em fase final para instalação, é a internet de rede sem fio.”
Grades
Questionado sobre a possibilidade de gradear o parque, de forma a garantir mais segurança aos frequentadores, Bruno informou que este assunto não chegou a ser discutido de forma intensa internamente. Isso porque os debates que ocorreram na Câmara Municipal mostraram que a população rejeita esta hipótese. “Não significa que, futuramente, isso não possa ser feito.”
Funcionária de uma sorveteria no parque, a balconista Jane Aparecida Ribeiro, 39 anos, disse que a questão da segurança no parque era algo grave, principalmente no período noturno, antes da substituição das lâmpadas e da colocação das câmeras do “Olho vivo”. “Percebo que o parque está mais bem frequentado hoje, porque antes, quando escurecia, era muito tenso.” Já o aposentado Sebastião Francisco de Oliveira, 86, quando perguntado sobre o que falta no Parque Halfeld, respondeu que a questão de acessibilidade é um problema sério. “Já levei dois tombos neste piso, que está muito irregular, e já vi várias pessoas caindo por aqui.”
O recurso para as obras tem contrapartida de 8% do município. O restante será liberado pela Caixa Econômica Federal por meio de orçamento do Ministério do Turismo. Segundo Bruno, a verba foi conquistada por emenda parlamentar do então deputado federal Antônio Andrade (PMDB), hoje vice-governador de Minas Gerais.