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Funcionário da Associação dos Cegos é demitido após importunação sexual

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O operador de máquina de campo visual, D. 49 anos, foi demitido da Associação dos Cegos após admitir ter cometido importunação sexual contra um adolescente de 14 anos que procurou a instituição no último sábado (2) para realização de exame. O menino estava acompanhado da tia e aguardava na sala de espera o momento para realizar a consulta de controle de glaucoma. Enquanto a parente dele foi até a farmácia localizada no mesmo prédio, o paciente foi chamado para a consulta. Quando estava a sós com o funcionário, que trabalhava há cinco anos na instituição, o adolescente foi abordado pelo adulto. O operador passou as mãos nas pernas e no órgão sexual do menino. Muito assustada, a vítima deixou a sala e teve uma crise de choro ao se encontrar com sua responsável legal. Preocupada com o comportamento do sobrinho, a tia questionou sobre o que havia acontecido. Ao revelar o fato, o menino, a tia e o pai dele – que foi chamado por telefone -, procuraram a polícia para registrar ocorrência. Uma viatura se deslocou até o endereço da entidade, e os policiais encontraram o funcionário já na Avenida dos Andradas. Ao ser abordado, ele confessou o ato aos policiais.

“Estou arrasada com o que aconteceu ao meu filho que, além de tudo, é um menino especial. Apesar de ter 14 anos, a mentalidade dele é de um menino de 6, em função das sequelas neurológicas que sofreu por causa de uma meningite e que resultou em dificuldade de aprendizagem. Era a quarta vez que ele ia na Associação dos Cegos. O funcionário sabia do problema do meu filho e achou que ele não contaria nada. Ainda bem que meu filho nos contou. O que fizeram com ele foi uma monstruosidade”, desabafou a mãe, que trabalha como faxineira em uma conservadora da cidade.

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Levado para a Delegacia de Polícia Civil, após receber voz de prisão por flagrante delito, o homem assinou Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e foi liberado. O TCO é previsto para crimes de menor potencial ofensivo, ou seja, aqueles com pena de até 2 anos de prisão. No entanto, a Lei 13.718/18, que trata de mais uma alteração em relação aos crimes contra a dignidade sexual, criminalizou a conduta de “praticar contra alguém e sem sua anuência ato libidinoso com objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro, estipulando para isso pena de 1 a 5 anos de prisão”. Antes a conduta era tida apenas como contravenção penal. Isso significa que o ex-funcionário ainda pode ser preso. “Falaram para a gente que ele ia ficar preso até a data da audiência. Eu não sabia que esse cara estava solto. É um absurdo. Vou lutar por justiça. Ele será preso”, afirmou a faxineira, que é mãe de outros três filhos.

‘Realmente fiz isso e me arrependo’

Procurado pela Tribuna, o autor confirmou que importunou sexualmente o menino e disse estar envergonhado. “Realmente fiz isso e me arrependo. Já pedi desculpas para a família e estou disposto a arcar com as consequências. Não sei o que aconteceu na minha cabeça. Peço desculpas ao menino, por ter mexido com a cabeça dele, a Associação dos Cegos, onde trabalhei por 5 anos e a todos. Tenho refletido muito sobre o que fiz de errado e isso não sai do meu pensamento. Tenho medo de ser preso. Com certeza, destruí minha vida”, revelou o homem que tem o ensino médio completo e já trabalhou em telemarketing e também como cobrador. Solteiro e sem filhos, o operador de máquina disse, ainda, temer que seu crime seja descoberto por seus familiares.

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