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Após morte de jovem, segurança na doação de sangue será debatida na ALMG

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O falecimento da jovem Janaína Carvalho, 21 anos, na última sexta-feira (6), levantou mais uma questão sobre a situação epidêmica da dengue na cidade e sobre o diagnóstico demorado da doença, já que seu período de incubação chega a 14 dias. Janaína estava internada na Ascomcer para o tratamento de uma leucemia. Em decorrência de agravos da doença, ela precisou realizar uma transfusão de sangue. No entanto, a família foi informada, no dia seguinte, que o doador estava com dengue, que não foi detectada nos procedimentos de segurança do Hemominas. A jovem era prima do deputado estadual Noraldino Junior (PSC), que solicitou uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais para esta quarta-feira, às 15h, na qual serão discutidas formas de aumentar a segurança de sangues doados em meio ao surto de dengue enfrentado no estado.

Conforme o infectologista Rodrigo Daniel de Souza, o vírus da dengue pode ficar até 14 dias em um organismo sem que a pessoa manifeste sintomas da doença. Nesse período, os exames não detectam o vírus. “Precisaria de um procedimento muito específico e demorado para conseguir identificar o vírus. O teste é realizado com antígeno e não é muito sensível, podendo dar falso negativo.” O médico explica que apenas a sorologia consegue identificar com eficácia o problema. No entanto, ela só pode ser realizada a partir do sexto dia após o surgimento dos sintomas.

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A presidente da Ascomcer, Alessandra Sampaio, disse que os médicos responsáveis pela paciente afirmaram que o falecimento foi em decorrência de problemas clínicos da leucemia. Ela enfatiza que não há histórico de ocorrência desse tipo de problema na instituição e que o sangue é de responsabilidade do Hemominas. Já a assessoria do Hemominas esclareceu, por meio de nota, que não há evidências de que a paciente tenha falecido por complicações transfusionais nem relato por parte do hospital de qualquer sinal ou sintoma relacionado à dengue. “Ela estava internada com leucemia mieloblástica recidivada com sinais de infecção fúngica, e a causa do óbito está sendo investigada.” A instituição ainda relatou que acionou processo de hemovigilância após ser comunicada por um doador que apresentou febre cinco dias após ter realizado doação de sangue. “Todos os doadores da Fundação Hemominas passam pelas triagens clínica e laboratorial. A Fundação Hemominas segue todas as normas de boas práticas da hemoterapia, fazendo busca ativa quando há alguma informação por parte do doador.”

 

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