Para uma das organizadoras do bloco “mineirinho”, Flávia Rocha, a homenagem às mineiras não tem nenhuma razão específica, mas foi mais uma forma encontrada para reverenciar Minas Gerais e sua mineiridade. “Esse é o foco do bloco. Todos os anos, Minas está em voga para nós”, afirmou Flávia, lembrando que o espírito do Come Quieto é o mesmo do mineiro, que gosta de alegria e de espalhá-la para todos os cantos. “Por isso, somos congregadores. Aqui tem espaço para toda a família, para pessoas de todas as idades, resumindo, para todo mundo.” Segundo ela, no ano passado, a festa reuniu cerca de dez mil pessoas e, neste ano, o mesmo número era esperado.
Confirmando a vocação do bloco, famílias inteiras aproveitavam a folia, como era o caso dos casais de amigos Juliana e Saulo Santana e Ana e Leandro Assis. Os primeiros estavam com a filha, a pequena Laís, de 4 anos, e o segundo casal, com Luca, de 5. Pela primeira vez participando do carnaval do Come Quieto, eles prometeram voltar no ano que vem . “É um bloco tranquilo, que dá para trazer os filhos e ainda nos faz lembrar do carnaval da nossa época de criança”, destacou Juliana. Já a amiga, Ana Assis, ressaltou outro ponto positivo da folia. “Sendo fora da época do carnaval, as pessoas ainda não viajaram e, por isso, temos a oportunidade de encontrar velhos amigos.”
Com o samba nas pontas dos pés, a rainha da bateria, Regina Ferreira, esbanjava simpatia. Ela disse que o bloco fez bonito, homenageando as mulheres mineiras. “Primeiro, porque a gente fica lisonjeada. Segundo, porque é mais um diferencial que o bloco apresenta. Não podemos esquecer que ele é formado por um número muito grande de integrantes femininas, muitas delas com garra e com força, que fazem diferença na bateria. Algumas tocam o surdo, que é um instrumento tido como masculino e muito pesado. Então é mais que bem-vinda essa homenagem”, considerou vossa majestade, que, desde a fundação do bloco, há cinco anos, ocupa o cargo à frente da Milagrosa.