O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil realizaram nesta quarta-feira (6) vistoria no paredão rochoso atrás do apartamento que teve uma parede atravessada por uma pedra de cerca de 200 quilos no Bairro Cascatinha, Zona Sul de Juiz de Fora. A rocha, de quase 100 centímetros de diâmetro, teria se desprendido da formação íngreme localizada atrás do prédio, na Rua Francisco Vaz de Magalhães. A pedra foi parar dentro de um quarto nos fundos do segundo andar. Vizinhos relataram aos bombeiros que ouviram um estrondo no início da tarde de terça-feira (5), mas a moradora só chegou à residência por volta das 17h30.
“Assim que eu abri a porta e vi o rastro de poeira, imaginei que um ladrão havia entrado na minha casa. Quando olhei para o quarto, me dei conta de que uma pedra havia rolado”, contou a moradora Flaviana Lara Carvalho, 40 anos. “Uma vizinha estava subindo na hora, e a chamei desesperada, assustada. Ela falou que por volta de 12h30 ouviu um barulho muito grande. Olhou para fora, abriu a porta, mas não viu nada, porque só o meu apartamento foi atingido.” Flaviana dorme exatamente no cômodo afetado e, embora a orientação da Defesa Civil naquela noite fosse para apenas não usar a parte dos fundos do imóvel, a escrevente preferiu ir com a filha de 7 anos para a casa de uma prima.
Depois de parar no meio do quarto, deixando um rastro de destruição, a pedra foi removida ainda na terça pelos bombeiros. “Tinha pedaço da parede para todo lado, até em cima da minha cama.” Segundo a moradora, o condomínio deverá acionar o seguro. “Ontem, falaram que o prédio em si não não tem risco. A questão agora é saber se não tem mais pedras para rolar.”
Nesta quarta, quando as equipes voltaram ao local, o engenheiro e gerente do Departamento de Operações Técnicas da Defesa Civil, Walter de Melo, confirmou que o edifício não sofreu danos estruturais. “Fomos acionados e viemos prestar assistência. Verificamos o desprendimento de um bloco de rocha, denominado matacão. Ele ricocheteou e atingiu a parede de alvenaria da edificação. Não houve danos na estrutura, somente no painel, e orientamos as pessoas a não utilizar os cômodos dos fundos.”
No retorno, pela manhã, o engenheiro ratificou que a pedra havia se desprendido do talude rochoso, onde existem fragmentos, situado atrás do prédio. “Com o intemperismo, a pedra veio a se desprender, devido à dilatação térmica e outros fatores que podem vir a ocasionar essa situação. Como tivemos dois dias muitos quentes e um resfriamento rápido à noite, houve esse desprendimento, que é natural.”
Segundo ele, a vistoria mais detalhada à luz do dia tem a finalidade de analisar se existe algum outro risco iminente. “Vamos orientar os moradores. Eles podem permanecer, sem ocupar os cômodos dos fundos para se resguardar, mas o condomínio tem que tomar algumas atitudes para trabalhar a encosta. Vamos verificar se tem algum fragmento mais solto e orientar a retirada dele com mais urgência para, posteriormente, eles contratarem profissionais especialistas nessa área para fazer uma verificação na encosta e retirada desse material, se for o caso. Mas a edificação está intacta, não existe risco de desabamento.”