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Polícia prende suspeito de agredir e ameaçar locutora em JF

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Homem dizia ser professor de inglês para poder entrar no prédio onde vítima morava (Foto: Polícia Civil/Divulgação)

Um homem de 60 anos, que se passava por professor de inglês, foi preso pela Polícia Civil suspeito de perseguir, agredir e ameaçar de morte uma locutora. Ele foi preso na tarde desta quarta-feira (6), pela equipe da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, em cumprimento de mandado de prisão preventiva decretada pela Justiça. A captura do homem ocorreu no momento em que ele fazia campana em frente à casa da vítima, na região central de Juiz de Fora. De acordo com a delegada responsável pelo caso, Ione Barbosa, os episódios vinham ocorrendo há, pelo menos, dois anos.

No entanto, a situação saiu do controle há cerca de seis meses. Em abril, durante outra investida, a mulher disse ao homem que não queria ter nenhum tipo de relacionamento com ele e acabou sendo agredida com um soco no rosto, o que motivou a locutora a procurar a unidade policial para mais uma denúncia contra ele. A mulher precisou se afastar do trabalho no último mês por conta das recorrentes ameaças. O nome, idade e local de trabalho da vítima não foram informados.

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“Inicialmente, ele se apresentou na rádio dizendo que gostava do trabalho dela e pediu para conhecer o espaço. A locutora mostrou a rádio e todo o funcionamento, e, de dois anos para cá, ela não tem tido sossego. O homem passou a persegui-la, tanto a caminho de casa quanto no trabalho. A vítima precisou mudar de residência, mas ele acabou descobrindo o novo endereço”, disse Ione, acrescentando que requereu medida protetiva para a locutora, mas teve o pedido negado.

“Ele continuava seguindo a mulher, até que em um dia embarcou no mesmo ônibus que ela e a agrediu. No dia, ela havia esclarecido a situação dizendo que não queria nada com ele. Diante disso, fiz o pedido de proteção à Justiça, mas não foi acatado pelo fato de vítima e suspeito não terem qualquer tipo de relacionamento amoroso ou profissional. A filha dele chegou a fazer contato com a locutora alertando que o pai fantasiava situações e que teria dito à família que eles seriam namorados”, afirmou.

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A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar o caso e, no decorrer das investigações, o homem ameaçou também a mãe e o filho da locutora, um adolescente de 15 anos, com quem também teria entrado em luta corporal. “Na ocasião, o garoto foi buscar a mãe no trabalho, pois ela já não saía de casa sem a companhia de outra pessoa. No meio do caminho eles se encontraram e o suspeito agrediu o menino verbalmente, além de desferir socos e chutes contra o garoto. A mulher estava vivendo num verdadeiro cárcere. Ele alimentava uma paixão platônica de forma obstinada. Para abordá-la, fingiu, por várias vezes, ser professor de inglês, chegando a oferecer os serviços aos moradores do prédio onde reside a mulher, a fim de conseguir entrar no local. Um dia, ele tentou adentrar pela garagem do imóvel, que possui câmeras de segurança. Na tentativa de resguardar a vida da vítima, a síndica baixou uma portaria, juntamente com uma foto do suspeito, determinando que a entrada daquele homem não fosse permitida”.

A polícia informou que não foi localizado qualquer registro profissional do suspeito, que comprovasse a função de professor. Ione destacou ainda que a prisão do suspeito teve como objetivo resguardar a integridade física e psicológica da locutora. “Ela estava em completa situação de vulnerabilidade. Não restava outra opção senão realizar a prisão, tendo em vista que ele podia ceifar a vida dela.”

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Outros casos

Conforme as investigações, o suspeito tem passagens policiais por ameaça. Um dos registros é de Juiz de Fora e, o outro, foi feito no estado do Rio de Janeiro. Ambas as acusações teriam mulheres como vítimas. Há ainda um boletim de ocorrência em desfavor do homem, por maus-tratos praticados contra a própria mãe. “Nosso objetivo principal era capturá-lo. A partir de agora vamos apurar mais dados sobre ele e continuar as diligências, ouvindo outras pessoas que possam auxiliar nas investigações, como a filha dele, para saber histórico do pai, além das vítimas que já efetuaram registros”.

O suspeito será indiciado por continuidade delitiva em relação à locutora, que teria sido ameaçada ao longo de dois anos, e à mulher, que também teria sido vítima do mesmo crime no ano passado. Todos os episódios serão relatados no inquérito policial. Ele poderá responder por ameaça e lesão corporal.

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A delegada Ione Barbosa orienta que vítimas de crime como este devem procurar a polícia imediatamente. A Lei Maria da Penha não contempla medida protetiva para vítimas que não tenham relação com autores, entretanto, a atuação policial independe deste fato. “Sabemos que essas situações existem e qualquer pessoa que está vivenciando algo do tipo deve nos procurar para que as medidas cabíveis sejam tomadas. Essa é uma falha da lei, tendo em vista que a mulher se encontra em pleno estado de vulnerabilidade. O homem foi ouvido e encaminhado ao Ceresp, onde ficará à disposição da Justiça”, finalizou.

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