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Três irmãos são presos por suspeita de liderarem esquema milionário de drogas sintéticas

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Três irmãos, de 22, 24 e 28 anos, foram presos pela Polícia Civil por suspeita de comandarem um esquema milionário de drogas sintéticas na Zona da Mata. Mediante mandados de prisão temporária, eles foram capturados na casa onde moravam em Rio Novo, na manhã desta quinta-feira (6), durante a operação Bomboniere II, deflagrada pela Delegacia Especializada Antidrogas. Um quarto suspeito, 20, apontado como funcionário do trio, foi preso em Juiz de Fora. Na residência dele na Rua Barão de Cataguases, no Centro, os policiais recolheram embalagens plásticas supostamente utilizadas na venda dos entorpecentes. Já em outro endereço do suspeito em Rio Novo, sua cidade natal, foram encontrados cerca de dois mil pontos de LSD escondidos dentro de um livro, duas caixas do anabolizante Durateston e uma bucha de maconha. O rapaz seria ex-estudante de Direito. Os policiais ainda apreenderam porções de maconha e haxixe localizadas no imóvel dos irmãos.

A manobra desta quinta é um desdobramento da operação Bomboniere, que resultou na maior apreensão de drogas sintéticas da história de Juiz de Fora e foi deflagrada pela mesma equipe em 9 de fevereiro. Na ocasião, mais de 22 mil pontos de LSD, 3.450 comprimidos de ecstasy e 1,6 kg do princípio ativo desta droga conhecido como MD foram apreendidos em um apartamento na Avenida dos Andradas, no Morro da Glória, na região central. Um jovem, 22, que comercializaria os entorpecentes por meio de redes sociais, como Facebook e WhatsApp, e também natural de Rio Novo, morava no imóvel e foi preso em flagrante. De acordo com o delegado responsável pela investigação, Rafael Gomes, as drogas apreendidas nas duas ações eram adquiridas pelos irmãos via Correios. Para não chamar a atenção e evitar serem presos em caso de uma possível interceptação das encomendas, eles destinavam as drogas a endereços de laranjas. A suspeita é de que as substâncias vinham da Europa e de outros estados brasileiros. A distribuição também seria feita para outra regiões do país, além da Zona da Mata mineira.

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“A Bomboniere deu um prejuízo de cerca de R$ 1,5 milhão para o tráfico de drogas da região. Foi a maior apreensão de drogas sintéticas de Juiz de Fora e fomos informados, ainda, que também foi a maior da história de Minas Gerais. Desde que deflagramos aquela operação, os investigadores continuaram os trabalhos, realizaram diversas diligências e chegaram a três nomes, que são os irmãos presos. Segundo as investigações, há muito tempo eles realizavam o comércio de drogas sintéticas com o mesmo modus operandi. As drogas chegavam via Correios e eram distribuídas para funcionários que trabalhavam para eles”, explicou o delegado.

Investigação na Polícia Federal

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Durante a Bomboniere II também foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão, sendo um na casa onde os irmãos moravam com os pais, outro na de parentes deles, dois em endereços do quarto homem preso e dois no município de São João Nepomuceno. As investigações apontaram que um braço do esquema também estaria naquela cidade, mas nada foi comprovado. A polícia ainda apreendeu uma caminhonete Amarok, um Audi A3 e um Volkswagen Golf que pertenciam ao trio e podem ter sido adquiridos com o dinheiro do tráfico.

“Esses irmãos já possuem investigação na Polícia Federal em virtude da mesma prática criminosa. Porém, daquela primeira vez, eles usavam o endereço da própria residência. Posteriormente, visando a iludir a ação policial, mudaram a forma de atuar, passando a usar endereços de laranjas, para que não fossem identificados no caso de uma apreensão das drogas”, completou Rafael. Segundo ele, os envolvidos ficarão no Ceresp à disposição da Justiça e vão responder por tráfico e associação para o mesmo crime. “Os investigadores conseguiram destrinchar todo esse enredo, uma verdadeira associação criminosa, com grande poder financeiro. Outras pessoas podem estar envolvidas e estão tendo sua participação apurada. Não descartamos uma terceira edição desta operação”, concluiu o titular da Antidrogas.

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Para a delegada regional, Patrícia Ribeiro, a operação “desmantelou uma quadrilha e culminou com a prisão dos fornecedores de drogas sintéticas, não só de Juiz de Fora, mas de toda a região”. Segundo ela, a manobra contou com a participação de 25 policiais civis de Juiz de Fora, Rio Novo e São João. O chefe do 4º Departamento da Polícia Civil, Carlos Roberto da Silveira Costa, enfatizou que a ação demonstra que “a Polícia Civil não para com o serviço”. “Teve a primeira prisão, com grande apreensão (de drogas), e continuamos com as investigações, conseguindo prender mais quatro autores.”

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