Mesmo recebendo mensagem do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) informando o cancelamento da prova, muitos candidatos foram ao Instituto de Ciências Humanas (ICH) da UFJF para confirmar a suspensão neste sábado (5). No entanto, o acesso ao prédio estava interditado, e um segurança da universidade confirmava o cancelamento. Alocada no bloco C do ICH, Bárbara Evaristo, 18 anos, voltou para casa triste por não conseguir realizar seu exame. “Eu recebi o comunicado do MEC (Ministério da Educação) que minha prova foi cancelada. Mas fiquei na dúvida e resolvi vir conferir. Eu estou chateada porque eu estava pronta para fazer a prova hoje, me preparei o ano inteiro, não queria mais um mês de ansiedade.”
A estudante contou que sua irmã gêmea foi alocada no prédio das ciências exata. “Ela teve sorte.” A mãe das meninas, Natalie Evaristo, estava indignada com a situação. “É um absurdo. Como pode, no mesmo concurso, parte dos candidatos fazer a prova e outra parte, não?” Sem saber da suspensão, pois estava sem acesso a internet, o militar Bruno Hagale, 19, conseguiu folga no Exército e foi direto para o prédio do ICH. “Eu achei bom porque vou ter mais um mês para estudar.”
No país, de sexta para sábado, outros 41 locais foram considerados ocupados pelo Inep, mas nenhum em Juiz de Fora, subindo para 405 o número de instituições que tiveram a aplicação da prova suspensa. Assim, 3% dos inscritos no Enem (271.033 pessoas) farão os exames nos dias 3 e 4 de dezembro, com “segurança e isonomia”, conforme o órgão.
Trânsito fluente
Na UFJF, apesar da chuva, o trânsito fluiu tranquilo no anel viário, com pequenas retenções em alguns momentos. Para evitar transtornos, Lívia Braz, 19 anos, chegou cedo e aguardava ansiosa para realizar a prova que poderia garantir a realização do sonho de cursar nutrição. “Minha preocupação maior é com a prova de matemática”, disse a jovem. A prova de matemática será aplicada nesta sábado, juntamente com português e redação.
Após a ameaça de o Enem ser suspenso, Letícia Vidal, 18, comemorou poder fazer sua prova. Ela quer tentar uma vaga no curso de direito. “Estou preparada, só com um pouco de medo da prova de biologia”, ressalta. Já Victor Avelino, 18, tinha em mente todo um esquema para realizar o exame. “Primeiro, eu vou responder as questões que eu sei”, disse o jovem que está confiante para conquistar uma vaga em engenharia robótica ou computacional.