Feirantes realizaram um protesto na manhã deste sábado (5) pelo cancelamento da feira livre do Bairro Santa Luzia, Zona Sul, ordenado pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) “de última hora”, na sexta (4), segundo os manifestantes. A decisão preventiva foi tomada porque o evento, realizado todos os sábados na Rua Três Ilhas, acontece em uma área que fica atrás do prédio interditado por risco estrutural desde o último domingo (30), na Avenida Rio Branco, na altura do Cruzeiro do Sul.
De acordo com a presidente da Associação Profissional dos Produtores e Feirantes de Juiz de Fora, Maria Carmem Albino, a classe tentou, durante a semana, junto à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agropecuária (Sedeta), buscar uma rua alternativa para que o evento fosse realizado, a fim de não haver prejuízos. “Desde a interdição do prédio, pedimos um plano B, para não ficarmos sem montar.” No entanto, segundo ela, a única solução dada pela PJF foi o cancelamento anunciado em cima da hora, “quando muitos feirantes já haviam realizado suas compras no Ceasa ou colhido suas verduras”. “São mercadorias muito perecíveis, ainda mais com esse calor”, aponta, sobre as elevadas temperaturas deste sábado de baixa umidade relativa do ar.
Carmem ressalta que a manifestação também é por mais segurança nas feiras livres da cidade, já que um episódio de violência contra um feirante, de 23 anos, foi registrado pela Polícia Militar, na manhã de sexta, no Bairro Jóquei Clube, Zona Norte. Segundo o boletim de ocorrência, um homem, sem motivos aparentes, fez ameaças de agressão ao trabalhador e ficou ainda mais exaltado, realizando uma quebradeira na barraca da vítima. Duas caixas térmicas, uma faixa e a própria estrutura metálica ficaram danificadas. O feirante não localizou mais seu celular após a ação, e o criminoso conseguiu escapar.
“Ele quebrou a barraca por motivo fútil, e não tinha nem coordenador na hora. Pedimos há muito tempo mais segurança, principalmente nos bairros mais afastados. Esses dois fatores nos levaram a manifestar”, conclui Carmem.
Em nota, a Sedeta informou que a decisão de suspensão da feira livre do Bairro Santa Luzia foi tomada junto à Defesa Civil para garantir a segurança de moradores, feirantes e frequentadores. “Para minimizar os prejuízos, houve o cuidado de saber que a maior parte dos feirantes poderá atuar na Feira da Avenida Brasil, realizada aos domingos. Para aqueles que não têm autorização para funcionar, a Prefeitura concedeu autorização especial para comercialização na feira.”