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2 idosos morrem após serem atropelados na Rio Branco

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Idosa foi atingida por Peugeot 206 Escapade na esquina da Avenida Rio Branco com Rua Doutor José Procópio Teixeira, no Bom Pastor (Olavo Prazeres/04-08-16)

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Uma idosa de 97 anos morreu atropelada por um carro ontem, na Avenida Rio Branco, altura do Bairro Bom Pastor, Zona Sul. Este é o segundo caso na via em menos de 24 horas, sendo que o primeiro vitimou um senhor de 65 anos, na tarde de quarta-feira, próximo ao Largo do Riachuelo. Ambos chegaram a ser socorridos por ambulâncias e encaminhados ao HPS, onde morreram durante procedimentos cirúrgicos.

Estas duas ocorrências não podem ser consideradas fatos isolados. Em junho, a Tribuna mostrou em reportagem que o trânsito da cidade é um dos mais violentos para os pedestres acima de 60 anos em todo o país. Até abril, o sistema Datasus, do Ministério da Saúde, contabilizava 66 internações para tratar este público, sendo que seis tinham evoluído a óbito. Agora, somados os registros de maio, são 81 internações, com o mesmo número de mortes. Se considerar os óbitos, Juiz de Fora fica atrás, no país, apenas de São Paulo (19), Fortaleza (10), Rio de Janeiro (9) e Belo Horizonte (7).

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No caso mais recente, Geysa Mozzato Ferreira Mega foi atingida por um carro e arrastada por cerca de 30 metros, na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua Doutor José Procópio Teixeira, principal via de acesso ao Bom Pastor. A Polícia Militar informou que ela estaria atravessando na faixa de pedestres, mas com o semáforo aberto para os carros. O motorista do Peugeot 206 Escapade, 21 anos, disse aos policiais que seguia na pista sentido Bom Pastor/Centro e não conseguiu evitar o atropelamento. Um chumaço de cabelo da vítima ficou preso ao para-brisa, que ficou trincado, e havia marcas de sangue no asfalto. Ainda segundo a PM, a vítima estaria sem documentos, mas foi identificada por familiares. O veículo foi apreendido por falta de licenciamento.

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Outra ocorrência

Na tarde de quarta-feira, um homem, 65, foi atropelado por um ônibus também na Rio Branco, na altura da Praça do Riachuelo, no Centro. Conforme a PM e o Corpo de Bombeiros, Avelino Augusto dos Santos foi atingido por um coletivo da Viação Santa Luzia, linha 123 (Alto Eldorado/Santa Luzia), e ficou caído entre o ponto e o meio-fio. De acordo com a Secretaria de Saúde, ele não resistiu aos ferimentos e morreu durante cirurgia, no fim da tarde. O motorista do ônibus, 46, relatou à PM que trafegava no sentido Alto dos Passos/Manoel Honório e, ao efetuar a manobra para embarque e desembarque de passageiros, teria sido surpreendido pelo pedestre, perto da guia da calçada, e não conseguiu evitar o atropelamento.

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Casos trazem de volta debate sobre mobilidade

Casos como estes reacendem a discussão sobre a mobilidade urbana e a convivência dos idosos no perímetro urbano. Por um lado, está o direito desta parcela da população de interagir e participar da cidade e, por outro, as preocupações dos familiares a respeito das limitações destas pessoas. Esta realidade é enfrentada pela família de Fabíola Dias, 39. Sua avó, 89, resiste ao fato de ser acompanhada em suas atividades, preferindo, por exemplo, continuar indo sozinha ao mercado. “Apesar de plenamente lúcida, ela já sofre algumas consequências físicas da idade”, relatou.

O gerontólogo José Anísio da Silva, o Pitico, defende que o trânsito deve ser preparado para respeitar os idosos, embora reconheça que a imprudência deles também é realidade. “O trânsito é de todos, e a pessoa idosa, pela questão de saúde dela, chega a tomar de cinco a dez medicamentos por dia que, comprovadamente, interferem em sua postura. Os órgãos sensoriais, como a audição e a visão, têm a percepção diminuída. Mas eles são pessoas lúcidas e querem manter a dependência. Por isso este assunto é delicado e precisa sempre ser colocado em discussão. Entre familiares, é uma área de atrito e de muito conflito.”

A Settra promove rotineiramente campanhas educativas de segurança no trânsito, inclusive voltadas aos idosos, com participação ativa no Pró-Idoso e no Conselho do Idoso. Esta questão será reforçada, inclusive, na Semana Nacional do Trânsito, programada para setembro, cujo tema será “Década Mundial de Ações para a Segurança no trânsito – 2011/2020: Eu sou + 1 por um trânsito + seguro”. Em nota, a pasta garantiu que trabalha sempre com todos os atores envolvidos, pois “independentemente de quem provoca o acidente, há prejuízos para todos os envolvidos e para quem compartilha a via”. Ressaltou, também, que tem feito investimentos em fiscalização eletrônica com o objetivo de coibir os abusos e reduzir os acidentes, embora reconheça que ações de conscientização têm efeitos de médio e longo prazo, pois é preciso a colaboração dos cidadãos.

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