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Grupo de idosas recebe homenagem no Parque da Lajinha

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(Foto: Marcelo Ribeiro)

Um grupo de sete mulheres idosas participantes da Associação Restituir se tornaram modelos fotográficas numa sessão de fotos nos bondes do Parque da Lajinha, na tarde dessa segunda-feira (5). A ação da Guarda Municipal de Juiz de Fora decidiu homenagear o Dia Internacional da Mulher, comemorado na quinta-feira (8), lançando um olhar carinhoso sobre a história dessas mulheres e buscando mudar a visão das pessoas sobre o ponto turístico, além de promover a aproximação entre o cidadão e a Guarda Municipal.

A atividade contou com os agentes da Guarda Municipal Ambiental, com fotógrafos que fazem parte do grupo Amigos do Parque da Lajinha – Fátima Coutinho, Adriana Costa, Maga Bastos e Ronaldo Ribeiro – e com livros de poesia da Lei Murilo Mendes de Incentivo à Cultura, concedidos pela Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa). Para colaborar, a chuva deu trégua na tarde nublada para que as mulheres iniciassem sua viagem no tempo.

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Animada, Olga Frizero, 78 anos, anunciou: “O bonde está partindo!”. Ela contou que andou muito no veículo e foi a primeira a subir e se ambientar. Vários cliques depois perguntou: “Pagava um tostão. Você sabe quanto valeria um tostão hoje?”. Depois, recorda-se Olga, com a mudança de moeda, o bilhete passou a custar 200 réis. “Tinha bonde para o Fábrica, do Centro até a Rua Bernardo Mascarenhas. Também íamos até o São Mateus. Matávamos aulas para ir ao Museu.” Para Olga, a experiência foi ótima. “As mulheres precisam mostrar para as pessoas que vale a pena lutar e buscar a socialização. Faz com que a gente brinque, se livre do estresse. Estar aqui é o que precisávamos.”

(Foto: Marcelo Ribeiro)

Ruth Berto Benito dos Santos, 91, teve oportunidade de vivenciar o Lajinha de outra forma. “Não conhecia essa parte, não sabia dos bondes. Já tinha vindo outras vezes, mas só fiquei lá em cima. Foi um dia maravilhoso.” Das lições que Ruth distribuía, a mais marcante foi o reencontro com a alegria. “Sou uma pessoa muito alegre. Tive muitas experiências. Meu marido faleceu e me deixou seis filhos. Chorei muito. Fiquei seis meses chorando. Fui à igreja, estava tocando uma música, me senti tocada. Depois disso, minha tristeza acabou”, contou entre risadas sonoras.

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A oportunidade de troca foi um benefício para todos os envolvidos. “Me traz uma satisfação muito grande, por vários motivos. Primeiro, porque amo fotografia. Depois porque é ótimo estar em um local que valoriza a cidade, que além de bonito e agradável, abraça as pessoas. A gente se sente em casa”, conta a fotógrafa Maga Bastos. Para ela, a importância de ter mulheres fotografando outras mulheres está na compreensão de que uma tem da vivência da outra. “Há um entendimento entre nós. Há um reforço do cuidado, da confiança. Atrás de cada foto, há um olhar, uma história. Isso ajuda a nos aproximar.”

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