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Homem morre após troca de tiros com a Polícia Militar

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Depois de uma troca de tiros entre policiais militares e suspeitos de tráfico de drogas, um homem, de 37 anos, que teria envolvimento com a venda de entorpecentes, no Bairro Granjas Bethânia, Zona Nordeste de Juiz de Fora, foi baleado. A vítima, identificada como Reinaldo Lourenço de Oliveira, chegou a ser socorrida por policiais e por uma equipe do Samu, mas morreu a caminho do Hospital de Pronto Socorro (HPS). A ocorrência foi registrada, no início da noite de terça-feira (4), na Rua José Irineu dos Reis.

Conforme o Registro de Eventos de Defesa Social (Reds), policiais militares em patrulhamento receberam informações sobre três indivíduos armados escondidos em umas casas abandonadas na Rua Avelino Jacob, no Bairro Granjas Bethânia. O trio já seria conhecido do meio policial em razão do envolvimento em outros casos. Os militares também já tinham ciência de que os imóveis, desocupados devido ao risco de desabamento, estariam sendo usados como esconderijo de autores de crimes na região.

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Diante da denúncia recebida, os policiais se deslocaram para o local a fim de averiguar as informações. Chegando ao endereço, os militares viram um homem se aproximando da entrada dos imóveis. De acordo com o Reds, esse indivíduo, ao perceber a chegada das equipes da PM, correu e tentou fechar o portão. O suspeito recebeu ordem de parar, mas não acatou, sendo seguido e alcançado pelos policiais em uma escada que dá acesso às casas abandonadas. Na busca pessoal, foram encontradas com ele cinco pedras de crack.

Durante a incursão da PM nos imóveis abandonados, outros três indivíduos, vendo a aproximação policial, fugiram. O trio também recebeu ordem de parada, mas não respeitaram e continuaram a fuga por uma mata nos fundos das casas. Um deles, de 41 anos, não conseguiu escapar pela mata e foi detido. Com ele, nada de ilícito foi encontrado.

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A equipe policial continuou o rastreamento a fim de capturar os suspeitos que seguiram em fuga. Eles foram avistados correndo pela Rua Nove de Julho, para acessar a Rua José Irineu dos Reis. Segundo o Reds, os suspeitos estavam com armas na cintura. Uma viatura conseguiu chegar até perto deles. A dupla recebeu ordem de parar e largar as armas e, em seguida, deitar no chão. Todavia, como narra o Reds, os suspeitos viraram na direção dos policiais e apontaram as armas. Neste instante, os militares ouviram um estampido de arma de fogo e revidaram a agressão, efetuando disparos contra os fugitivos.

Conforme o registro policial, nesta hora, os militares viram quando Reinaldo caiu no chão e deixou cair um revólver calibre 38, carregado com cinco munições intactas e uma, aparentemente, picotada. O outro homem continuou sua fuga e se embrenhou em uma mata. Ele permaneceu sendo procurado e foi localizado por outra equipe policial saindo de uma rua logo abaixo da via aonde houve o confronto. O suspeito foi abordado e nada de ilícito foi encontrado. Todavia, o homem foi reconhecido como um dos que participaram do confronto contra a PM.

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Ainda durante a ação policial, dentro de um dos cômodos da casa onde os suspeitos estavam, foram encontrados maconha, crack e cocaína, bem como dois celulares. Uma equipe médica foi acionada para atendimento ao baleado. Porém, para abreviar o socorro, os próprios militares socorreram Reinaldo. No caminho para o HPS, a viatura policial encontrou com o Samu, entregando o ferido aos cuidados da equipe médica, para encaminhamento ao hospital. A vítima, no entanto, não resistiu e morreu a caminho.
Os três presos, de 20, 41 e 48, foram conduzidos para a delegacia de Polícia Civil, em Santa Terezinha, onde a arma de fogo e as munições recolhidas durante a ação policial foram entregues.

Polícia Civil vai apurar

O titular da Delegacia Especializada de Homicídios, Rodrigo Rolli, responsável pela investigação do caso, afirmou que um inquérito foi instaurado para apurar os fatos. Os envolvidos na ocorrência já começaram a ser ouvidos. Segundo o delegado, dois policiais militares confirmaram que efetuaram disparos de arma de fogo depois que ouviram um estampido de tiro: um sargento, 39 anos, que comandava a equipe, teria feito um disparo, e um cabo, 36, motorista da viatura, teria dado dois tiros.

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Reinaldo foi atingido com um tiro na região do peito. “A própria PM prestou socorro à vítima. Eles encontraram o Samu no caminho, fizeram a entrega do baleado, mas, no transporte até o HPS, ele faleceu. Os outros indivíduos foram presos, e não foram encontradas outras armas de fogo, a não ser a que estava com a vítima, com seis munições, sendo cinco intactas e uma picotada, (o que indica) que houve o disparo, mas não foi projetado”, afirmou Rolli, ressaltando que ainda precisa do resultado do exame médico-legal para esclarecer a morte da vítima.

Ainda segundo Rolli, os policiais militares já ouvidos relataram a existência da marca de um projétil na placa da viatura. Porém, conforme o delegado, a confirmação dessa informação ainda depende de laudo pericial. “Essa marca seria de um suposto disparo que eles (os policiais) alegam ter recebido na troca de tiros. Mas claro que ainda é preciso saber o resultado do laudo”, ressaltou.

O delegado adiantou que os envolvidos estão sendo ouvidos e ainda não é possível afirmar de qual policial militar partiu o disparo que atingiu Reinaldo. “Tenho uma autoria incerta em relação à morte e isso está sendo investigado”, disse. Ele confirmou que a vítima, assim como os outros suspeitos, são conhecidos do meio policial. “Para uma definição melhor, ainda preciso do laudo de necropsia e do laudo pericial na viatura para confirmar a versão dos policiais. As armas dos policiais foram entregues na delegacia para auxiliar na investigação e esclarecer os fatos, para saber de qual arma saiu o projétil que atingiu a vítima. Só depois disso, poderemos ter uma melhor definição do evento”, explicou.

O delegado esclareceu ainda que o inquérito será remetido ao poder judiciário ao qual cabe avaliar se os policiais irão responder ou não, criminalmente, pelos fatos. “Se o laudo da viatura apontar que a placa do veículo foi atingida, isso dá demonstração que possa levar a uma situação de legítima defesa. Mas ainda está sendo averiguado, porque o evento ainda não tem 24 horas”, ressaltou.
A Tribuna entrou em contato com a Polícia Militar solicitando um posicionamento sobre o caso, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

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