As suspeitas, de 27 e 30 anos, que seriam responsáveis por repassar pelo aplicativo as ordens e os endereços de entrega, foram localizadas em uma casa no Jardim Natal, região Norte, e também presas em flagrante. Durante as diligências, coordenadas pelas equipes do Tático Móvel e do setor de Inteligência da PM, a mulher mais jovem, que estaria aguardando o motorista na porta da residência para receber o dinheiro, teria tentado correr para o interior do imóvel diante da presença da polícia, mas acabou detida junto com sua esposa.
Conforme a PM, o condutor foi interceptado ao levantar suspeita por trafegar com os faróis apagados e demonstrar nervosismo com a aproximação policial. Durante buscas no veículo, foi encontrado um envelope na porta esquerda contendo R$ 960 em cédulas falsas, cuidadosamente embaladas em plástico bolha. As notas não apresentavam algumas marcas de segurança, sendo a fraude logo detectada. O homem também portava uma porção de maconha.
Já na casa das mulheres, a PM conseguiu visualizar, logo na entrada, dois pés de maconha e uma grande quantidade de papéis queimados, que pareciam se tratar de comprovantes bancários. A mais jovem teria admitido integrar a organização. Ela receberia as cédulas falsas de um homem, identificado apenas pelo primeiro nome, e faria os depósitos do dinheiro verdadeiro recebido como pagamento pelo material ilícito. A mulher acrescentou estar no esquema há cerca de dois meses. Na última transação, ela teria recebido R$ 5 mil ilegais e depositado R$ 750, diluídos em contas da quadrilha em nomes de laranjas. Os comprovantes seriam metodicamente queimados para não deixar rastro. Os contatos com o intermediário seriam feitos por meio de grupos especializados na fraude criados no WhatsApp.
A segunda suspeita também teria confessado fazer parte da organização, auxiliando sua esposa na comercialização de moeda falsa. Ela ainda revelou ter migrado para o esquema por ter deixado uma quadrilha de jogo do bicho, após perder a credibilidade por ter sido presa várias vezes. Além do carro e dos celulares dos envolvidos, a PM apreendeu um caderno com anotações referentes à contabilidade do crime. Em um dos telefones recolhidos haveria um vídeo ensinando a melhorar a qualidade da falsificação das cédulas.
Como os suspeitos declararam que os entorpecentes seriam para consumo próprio, todos foram enquadrados como usuários e responderão pelo delito no Juizado Especial Criminal. Já em relação às notas falsas, os três receberam voz de prisão em flagrante e foram encaminhados para Delegacia da Polícia Federal, responsável pelo investigação desse tipo de crime.