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Juiz de Fora não registrava casos de sarampo há pelo menos 18 anos

Vacina está disponível durante todo o ano nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs)

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Nesta quarta-feira (4), a Secretaria de Saúde (PJF) informou que Juiz de Fora contabiliza dois casos confirmados de sarampo. Outras duas suspeitas seguem em investigação, elevando para quatro o número de possíveis casos da doença na cidade. Até esta terça, quando a pasta confirmou que um adolescente de 16 anos foi infectado com a doença, além de divulgar a suspeita de que uma criança de 1 ano e 9 meses também estaria com sarampo, o município não registrava ocorrência da doença há, pelo menos, 18 anos. De acordo com a pasta, o segmento que trata sobre sarampo no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), banco de dados sobre notificações e investigações de casos de doenças e agravos, foi implantado em Juiz de Fora em 2001. Desde então, a cidade não tinha registrado casos da doença.

Além do adolescente, morador do Bairro Novo Horizonte, na Cidade Alta, foi divulgado nesta quarta que uma bebê de 1 ano, moradora do Bairro Aeroporto, mesma região, também foi infectada com sarampo. Assim como o primeiro paciente, a criança esteve em São Paulo, onde há surto da doença. De acordo com a secretaria, ela teria sido atendida na rede de saúde particular em Juiz de Fora e, após suspeita, foi efetuada coleta de material biológico e envio da amostra para laboratório em Belo Horizonte. “Essa testagem é aceita pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), portanto não será necessário refazer o teste via Fundação Ezequiel Dias (Funed)”, disse, em nota, a SS. O resultado do exame foi positivo, e, conforme os padrões de avaliação do Ministério da Saúde, o caso foi considerado como importado, visto que a bebê teria adquirido a doença no estado de São Paulo.

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Sob investigação

O segundo caso ainda considerado suspeito, divulgado nesta quarta, é relacionado à mãe do adolescente cuja doença foi confirmada. A mulher tem 41 anos e também teria viajado com o filho, assim como o filho. De acordo com protocolo, uma amostra biológica da paciente foi enviada para Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte.

A hipótese de que ela tenha contraído sarampo segue em investigação, assim o caso da criança de 1 ano e 9 meses internada no Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU/UFJF). Foi verificado que a criança tem apenas uma dose da vacina tríplice viral. Na tarde desta terça, a instituição de saúde havia descartado clinicamente a suspeita, já que os exames preliminares apontavam a presença do vírus Citomegalovírus, cujos sintomas são semelhantes ao sarampo. Porém, o HU aguardava a realização de novos exames para que as suspeitas da doença fossem descartadas totalmente.

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Exames são aguardados

Em entrevista à Rádio CBN na manhã desta quarta, a médica responsável pelo atendimento à criança internada com suspeita de sarampo, Rayssa Reis Crispim, explicou que, quando o bebê deu entrada no HU, em 27 de agosto, apresentava quadro de febre alta, manchas no corpo e congestão nasal. Alguns dos exames realizados apontaram, na terça, “suspeita forte para sarampo”. Nesta quarta, a equipe médica ainda aguardava a liberação de outras avaliações para confirmar se a criança foi contaminada pelo vírus.

“Existem dois tipos de exames que fazemos: uma sorologia qualitativa, que mostra apenas se o resultado é positivo ou negativo, e uma sorologia quantitativa, que dosa os valores, e aí conseguimos avaliar se realmente há infecção”, explicou Rayssa. “Essa sorologia qualitativa veio positiva (para sarampo), e a quantitativa veio positiva apenas em uma parte, e nós estamos aguardando a outra. Realmente, tem uma forte inclinação para que a criança tenha sido, sim, infectada pelo vírus e, talvez, por ter tido uma dose da vacina, tenha recebido sintomas mais leves e mais brandos.”
Até o fechamento desta edição, o caso era tratado como descartado pelo HU. Ambos os episódios suspeitos foram enviados para a Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte, para descartar ou comprovar os casos por meio de exames mais complexos, como o de sorologia, segundo informou a secretaria de saúde.

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Vacinação e dose zero

De acordo com a Secretaria de Saúde, na última campanha de vacinação contra o sarampo, realizada no ano passado, a cobertura vacinal no município atingiu o índice de 95,68%. A vacina contra a doença, conhecida como tríplice viral, integra o Calendário Nacional de Vacinação, com disponibilidade durante todo o ano nas salas de imunização (ver quadro). “São necessárias duas doses da vacina para a pessoa estar imunizada por toda a vida, ou seja, as doses administradas no passado são válidas e não há necessidade de se vacinar novamente”, informou a pasta.

Ao procurar uma unidade de saúde para se imunizar, é preciso que os pacientes estejam com a caderneta vacinal.

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“Quem não tiver em mãos o cartão vacinal, e não souber se já foi imunizado, deve procurar a UBS de referência para análise do caso e vacinação, quando o profissional de saúde responsável pelo atendimento entender como necessário”.

No mês passado, o Ministério da Saúde publicou uma recomendação que visa a vacinação contra o sarampo em crianças na faixa etária de 6 meses a menores de 1 ano, chamada de “Dose Zero”. Em Juiz de Fora, de acordo com a Secretaria de Saúde, a imunização está disponível nas 63 UBSs, no Departamento de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente e na sala de vacinas do Posto de Atendimento Médico (PAM Marechal, 3º andar). A Dose Zero não é válida para fins do Calendário Nacional de Vacinação. Desta forma, ainda assim, com 1 ano a criança deverá tomar a primeira dose da tríplice viral e, com 1 ano e 3 meses, a segunda, para que seja considerada imunizada.

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