Comemorado na próxima quarta-feira (5), o Dia Nacional de Conscientização e Divulgação da Fibrose Cística visa conscientizar a população sobre a doença e sobre a importância do diagnóstico precoce, a partir de ações promovidas durante o Setembro Roxo, idealizado pelo Instituto Brasileiro de Atenção à Fibrose Cística (Unidos pela Vida), em parceria com as associações de assistência de todo o país.
Em Juiz de Fora, a partir desta segunda-feira (3), acadêmicos do curso de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) promovem, por meio do Centro de Referência em Fibrose Cística do Hospital Universitário (HU/UFJF), uma exposição de orientação a respeito da doença. As ações também incluem a distribuição de materiais informativos sobre conscientização, no corredor do prédio da Reitoria, no campus da UFJF, até a próxima quinta-feira (6).
Na região, o HU da UFJF é referência no tratamento de fibrose cística. De acordo com a pediatra-pneumologista e coordenadora do Centro, Marta Duarte, a UFJF está entre três instituições capacitadas para o diagnóstico e tratamento da doença em Minas Gerais, além da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
Para a coordenadora, a conscientização é imprescindível, já que, por apresentar sintomas considerados recorrentes, a doença pode ser confundida com outras patologias como asma e bronquite, por exemplo. “Enquanto o paciente não tem o devido diagnóstico, não consegue fazer o tratamento específico. A doença é diagnosticada, principalmente, pelo teste do pezinho e, tão longo se inicia o tratamento, conseguimos evitar futuros problemas de saúde”, esclarece a pediatra-pneumologista sobre a importância do diagnóstico precoce.
A campanha terá ainda o apoio da Liga dos Transplantes, para reforçar, também, a importância da doação de órgãos. “Não raro, os pacientes diagnosticados com fibrose cística precisam de transplantes de pulmão, fígado, e coração”, explica Marta.
A doença
A fibrose cística, também conhecida como mucoviscidose, é uma doença hereditária, cuja principal característica é o acúmulo de secreções densas e pegajosas nos pulmões, no trato digestivo e em outras áreas do corpo. No Brasil, a doença pode ser detectada por meio da triagem neonatal (teste do pezinho) realizada nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do Sistema Único de Saúde (SUS). Caso o teste dê positivo, a recomendação é encaminhar a criança para um Centro de Referência em Fibrose Cística.
É uma doença que ainda não tem cura, mas possui tratamentos específicos, que têm tido avanços, possibilitando maior longevidade para as pessoas que convivem com a patologia. “Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou duas drogas capazes de reverter e promover melhorias rápidas na capacidade pulmonar dos pacientes e melhorar as avaliações nutricionais, que são a lumacaftor e o ivacaftor”, finaliza Marta.