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Polícia Civil prende três suspeitos de tráfico na Praça Cívica da UFJF

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Grupo monitorado permanecia na área gramada próxima à Praça Cívica (Fotos: Polícia Civil)

Um esquema de venda de entorpecentes, que acontecia inclusive à luz do dia, nas imediações da Praça Cívica da UFJF foi descoberto pela Polícia Civil durante a Operação Nota 10. A manobra foi divulgada nesta segunda-feira (4) pela Delegacia Especializada Antidrogas e resultou na prisão de três suspeitos de tráfico e associação para o mesmo crime, de 19, 21 e 24 anos. Os rapazes são moradores da região do São Pedro, na Cidade Alta. Eles foram monitorados na última sexta-feira e abordados no fim da tarde, junto com três supostos usuários, dois de 20 anos e um de 23. Segundo o delegado responsável pelo caso, Rogério Woyame, um deles é estudante de engenharia elétrica da própria UFJF. Os policiais apreenderam 19 buchas de maconha e R$ 185 em dinheiro trocado, além de um frasco do anabolizante Deposteron, que estava em poder de um dos presos, possivelmente para comercialização.

Outros dois suspeitos de tráfico conseguiram escapar, antes da abordagem, levando uma mochila na qual a polícia acredita que poderia haver mais entorpecentes. De acordo com Woyame, a ação foi deflagrada após diversas reclamações de frequentadores da Praça Cívica da UFJF “de que indivíduos estariam deturpando a função pública do espaço e fazendo a mercancia de drogas no local”. Os policiais iniciaram o monitoramento da área gramada próxima à praça, realizando inclusive filmagens do grupo investigado. A movimentação era compatível com tráfico, já que os suspeitos eram abordados e passavam alguma coisa para a pessoa, que se afastava.

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“Os policiais estiveram lá no começo da semana passada levantando local, procurando alguma filmagem que mostrasse isso. Conseguiram ver nas gravações os suspeitos chegando e saindo do campus, mas não havia filmagem de onde ocorria a venda, próximo à Praça Cívica. Na sexta, eles passaram boa parte da manhã e da tarde observando os autores e filmaram o comércio de drogas. Eles conseguiram abordar usuários que haviam acabado de comprar dos traficantes ali e, em seguida, fizeram a abordagem dos autores. Eram cinco, todos em conjunto vendendo drogas. Dois conseguiram fugir”, explicou o delegado.

 

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Material apreendido com os suspeitos presos

Os envolvidos foram levados para a 1ª Delegacia Regional, em Santa Terezinha. Segundo Woyame, os suspeitos não confessaram a venda de entorpecentes. Eles tiveram o flagrante confirmado por tráfico de drogas e associação para o mesmo crime, sendo conduzidos ao Ceresp, onde permanecem à disposição da Justiça. Conforme a Polícia Civil, dois deles têm passagem por tráfico e roubo. A pena deles ainda pode ser aumentada por ter sido configurado comércio de substâncias ilícitas nas imediações de instituição de ensino.

“A delegacia vai continuar realizando diligências no campus para saber se voltou a ocorrer o tráfico, inclusive para identificar e prender aqueles que conseguiram evadir”, afirmou o delegado.

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UFJF afirma não ter sido comunicada sobre Operação Nota 10

Por meio de nota, a UFJF informou que a administração superior da instituição não foi comunicada da Operação Nota 10, acrescentando que a mesma foi feita sem seu conhecimento, contrariando a conduta de rotina, que seria de ação conjunta com o setor de segurança da universidade. “Nossa vigilância atua o tempo todo na Praça Cívica para garantir segurança para os frequentadores do espaço.”

Ainda conforme a assessoria da UFJF, “todas as vezes que algum órgão de segurança manifesta necessidade de alguma ação no campus, sempre pede autorização para que tudo seja acompanhado por nosso setor especializado, ainda mais sendo um espaço de atuação da Polícia Federal”. A universidade disse esperar “que qualquer ação futura seja seguida dos procedimentos que sempre pautaram a relação da UFJF com todas as instituições”.

Durante entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (4), o titular da Delegacia Especializada Antidrogas e responsável pelo caso, Rogério Woyame, afirmou que a UFJF deu todo o apoio necessário ao sucesso da manobra, disponibilizando inclusive imagens das câmeras de vigilância. Ele reforçou a relevância da operação, já que o espaço público é frequentado por estudantes, crianças e famílias. “Com certeza os traficantes se aproveitam do movimento de estudantes e do grande número de pessoas que utiliza o local como passagem ou para a prática de exercícios. Acaba sendo um local de fácil acesso e de fácil fuga. Mas vamos continuar monitorando e dando a resposta apropriada.”

Em relação à competência de atuação, o delegado informou que “quando ocorre crime em desfavor da UFJF, por ser entidade federal, o crime é de competência da Polícia Federal. Como neste caso eles estavam praticando o tráfico visando qualquer pessoa comum que passava pela universidade, tanto a Polícia Federal quanto a Polícia Civil pode fazer a investigação.”

Fórum de segurança

No dia 18 de agosto a UFJF implementou o Fórum Permanente de Segurança no campus, por onde circulam, diariamente, mais de 35 mil pessoas. O objetivo do projeto é garantir uma experiência segura para quem transita pelo espaço público e de todos que estudam e trabalham na universidade. As ocorrências cada vez mais frequentes de furtos e assaltos na UFJF e próximo às saídas, alguns deles como grave violência, estavam aumentando a sensação de insegurança no local.

Entre os membros do Fórum, estão representantes do setor de segurança, dos docentes e dos técnico-administrativos em educação da UFJF; do Diretório Central dos Estudantes (DCE); do Conselho Setorial de Graduação (Congrad); do Conselho de Centros e Diretórios Acadêmicos (Concada); e do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino no Município de Juiz de Fora (Sintufejuf). As reuniões serão mensais.

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