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Colaboradores contratados pelo João Penido cobram valores devidos após dispensa

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Trabalhadores da área da saúde contratados para atuação no atendimento dedicado à Covid-19 no Hospital Regional João Penido, em Juiz de Fora, denunciaram à Tribuna a existência de pendências financeiras após a dispensa dos serviços. De acordo com relatos colhidos pela reportagem, as verbas devidas seriam referentes a adicional de insalubridade e pagamento proporcional do 13º salário, além do valor da rescisão. Desde outubro, quando ocorreram as saídas, a maior parte das pessoas contratadas temporariamente não teriam recebido as quantias devidas.

Segundo uma das denunciantes, os contratos temporários foram celebrados em abril de 2020 e rescindidos em outubro de 2021. Ao longo dos 18 meses de serviços prestados, o Hospital João Penido, que é de responsabilidade da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), teria deixado acumular débitos referentes ao adicional de insalubridade.

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Após a dispensa, a Fhemig teria informado que pagaria o valor devido, juntamente com o pagamento proporcional do 13º e o acerto, em até seis meses. Entretanto, oito meses depois, a maior parte dos contratados não teria recebido. “Nós perguntamos ao Departamento de Pessoal e eles dizem que não tem previsão de pagamento. Não dão uma posição para a gente sobre o porquê (do atraso)”, critica a denunciante, que afirma ter cerca de R$ 7 mil para receber.

De acordo com a reclamante, cerca de 20 pessoas teriam ficado sem receber. A Fhemig teria iniciado o pagamento a alguns dos contratados, o que aconteceria por ordem alfabética de acordo com os nomes dos colaboradores, mas o processo foi interrompido. “Eu fui trabalhar porque a minha família precisava. Hoje, a gente passa aperto porque contávamos com esse dinheiro”, diz a denunciante, afirmando que alguns dos então contratados têm receio de abrir reclamações e não conseguir vagas em novos editais do hospital.

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Uma segunda colaboradora, em conversa com a Tribuna, lembrou que os trabalhos foram extenuantes, em função da grande demanda relacionada à pandemia que a equipe teve de atender. “Foi um período de muita exigência, de muita cobrança. Eu já havia pedido desligamento em outubro, porque não estava aguentando mais”, conta.

“Nós vamos no RH daqui e eles jogam a responsabilidade para o RH de Belo Horizonte. Quando ligamos para Belo Horizonte, eles falam que a responsabilidade é do hospital. Fica nessa briga e nós não recebemos”, lamenta outra pessoa ouvida pela reportagem. Segundo ela, na ouvidoria da Fhemig, a entidade afirma que está mobilizando esforços para quitar os débitos, mas não informa prazo. “(Enquanto prestávamos serviço), nos mandaram um agradecimento pelo trabalho, mas, no final das contas, não recebemos um direito que é nosso”.

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Fhemig diz desconhecer débito

Em nota encaminhada à reportagem sobre as cobranças dos ex-colaboradores do João Penido, a Fhemig afirmou que “desconhece a informação de pagamento atrasado de servidores”. Por outro lado, em casos de “situações pontuais”, os departamentos pessoais das unidades tratam diretamente com cada servidor “e empenham todos os esforços para a solução de quaisquer demandas apresentadas”, segundo a entidade.

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