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Médico é indiciado por assédio e importunação sexual a enfermeira

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A Polícia Civil indiciou um médico de 50 anos por assédio e importunação sexual a uma enfermeira chefe, 42. Os crimes teriam começado há cerca de dois anos em um hospital de Juiz de Fora no qual os dois trabalhavam. No último dia 25, após sofrer novos ataques, a vítima registrou um boletim de ocorrência denunciando que o profissional teria lhe dado um tapa na bunda, sendo flagrado por câmeras da unidade. Ele ainda teria apalpado os seios dela, mas a ação não chegou a ser pega pelo circuito de monitoramento. A mulher acrescentou que aquela não era a primeira vez, mas, como havia atuado por meses em outro setor, tinha conseguido ficar livre por um tempo das investidas criminosas.

O inquérito está sendo relatado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher nesta quinta-feira (4). A delegada responsável pelas investigações, Ione Barbosa, não divulgou a especialidade e a identidade do médico e nem em qual hospital ocorreram os crimes, mas disse que o homem foi afastado imediatamente das atividades pela direção da unidade. Por enquanto, a Polícia Civil não solicitou a prisão preventiva do suspeito porque não há os requisitos necessários. “Os investigadores estiveram duas vezes na residência dele, mas ele não estava e não deixou endereço para ser encontrado. Não vemos ainda a possibilidade de fuga. Vamos continuar as investigações para que possamos encontrá-lo. Se entendermos que ele está em local incerto e não sabido, terei a oportunidade de pedir a preventiva.”

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Ione reforçou que o médico estaria assediando a vítima há mais de dois anos. “Ela veio até a delegacia porque ele a agarrou dias atrás dentro do elevador. No mesmo dia chegou a segurá-la novamente e apertou os seus seios. Ela conseguiu se desvencilhar e, depois, ele foi até a sala onde ela estava trabalhando e deu um tapa na bunda dela. As câmeras existentes no local pegaram exatamente este ato.”

Responsável pelas investigações, delegada Ione Barbosa afirmou que o inquérito será enviado à Justiça (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

Além de obter o depoimento da vítima, a Polícia Civil ouviu um responsável pelo hospital e outras pessoas que teriam tomado conhecimento do caso. O vídeo que flagrou um dos momentos do abuso foi periciado. “Há aproximadamente dois anos ela sofre, é assediada e chantageada para ceder às investidas sexuais dele. Porém, ela nunca cedeu e, agora, não aguentando mais, veio até a delegacia pedindo providências”, destacou a delegada.

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Conforme Ione, o inquérito será enviado à Justiça com o indiciamento do médico por dois crimes. “Concluímos que realmente houve o assédio e a importunação sexual. Que esse caso sirva de exemplo para encorajar todas as mulheres que estão nesta situação.” Ela acrescentou que o médico se aproveitou de sua função como superior hierárquico para abusar da enfermeira, o que caracteriza o assédio sexual, com pena de um a dois anos, conforme o artigo 216 do Código Penal. “Consta nas declarações dela que ele dizia que iria tirá-la daquela vida de enfermeira, que ela não precisava daquilo, e que ele ganhava mais.”

Já a importunação sexual, incluída como crime em 2018, prevê reclusão de um a cinco anos e ocorre quando alguém pratica contra outra pessoa e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lasciva ou a de terceiro (artigo 215). “Peço que, se tiverem outras vítimas que passaram por isso, que venham até a delegacia e denunciem. Essa vítima demorou dois anos, mas denunciou. Imagino que isso possa ocorrer com outras mulheres, e não podemos deixar isso acontecer”, enfatizou Ione.

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De acordo com a delegada, ainda não há formalização de outras denúncias em relação ao profissional, mas existem comentários de que fatos semelhantes já teriam sido praticados por ele em outros hospitais. “Vamos continuar investigando e, se necessário, abrir outros procedimentos”, assegurou.

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