Outubro foi o mês com menor número de mortes ocorridas em decorrência da Covid-19 em Juiz de Fora desde junho de 2020, quando 24 vidas foram perdidas para a doença na cidade. No mês passado, foram 36 falecimentos confirmados pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) – média de 1,16 óbito por dia. Os dados foram levantados pela Tribuna com base no boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde. A verificação feita pela reportagem considera os falecimentos com base nas datas de ocorrência, e não de confirmação da morte.
O avanço da vacinação contra a doença é apontado por autoridades em saúde e especialistas como o principal fator para a diminuição do número de falecimentos, não só em Juiz de Fora, mas também no país.
Queda consecutiva desde abril
Após o registro do pior cenário epidemiológico no mês de abril, Juiz de Fora tem, desde então, registrado quedas consecutivas no número de óbitos a cada mês. Em abril, a cidade teve 333 falecimentos. Em maio, foram 203. O número de mortes ocorridas em junho foi de 132. Julho foi o primeiro mês de 2021 a registrar menos de cem óbitos no município: foram 87. No mês de agosto, Juiz de Fora teve 56 óbitos e, em setembro, 49 registros.
Na avaliação do pediatra e infectologista Mário Novaes, a situação na cidade evidencia a eficácia da vacinação e reforça a necessidade da busca pela imunização completa por parte da população. “À medida em que há menos restrições de circulação e contato entre as pessoas, aumenta a taxa de transmissão do coronavírus. Mas o cenário mostra que, apesar da redução das restrições, a vacinação tem conseguindo segurar um pouco o número de óbitos”, analisa. Apesar disso, Novaes pondera que pode ser difícil manter a estabilidade do cenário epidemiológico da Covid-19 diante do surgimento de novas variantes no mundo e do aumento de casos.
Medidas protetivas precisam ser mantidas
“Apesar de estarmos em um patamar mais baixo de mortes, as medidas protetivas devem continuar sendo mantidas. As pessoas devem tomar as duas doses, aquelas que precisam da dose de reforço devem ir buscar e temos que incentivar a vacinação de adolescentes. Porque quanto mais as pessoas se vacinarem, mais haverá a redução no número de mortes, apesar do aumento da circulação das pessoas e, possivelmente, do vírus.”
O médico ainda reforça a importância de o Poder Público facilitar o acesso da população às doses e a necessidade de alguns estabelecimentos solicitarem o “passaporte de vacinação” para a entrada do público. “É importante que se mantenha a vacinação mesmo em feriados prolongados, para que a população seja incentivada a buscar a vacina. É preciso que haja um incentivo à imunização completa. Também é importante alguns locais só admitirem pessoas com a vacinação completa.”