Com um índice de 1,6%, o Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (Liraa) colocou Juiz de Fora em alerta para o risco de infestação do vetor. O levantamento ainda apontou a Zona Norte como a mais infestada, sendo encontrados focos nos bairros Industrial, Ponte Preta, São Judas Tadeu, Monte Castelo e Jardim Cachoeira. Focos do mosquito também foram encontrados na região Sudeste, na Vila Ozanan e na Vila Olavo Costa. Para o levantamento, foram vistoriados 5.587 imóveis em 203 bairros do município. Atuaram no processo 132 agentes epidemiológicos divididos em 21 equipes, que contavam com 13 supervisores de equipe e sete supervisores de área. Foram colhidas amostras de 20% dos imóveis em cada quarteirão. Ao todo, foram analisadas 288 amostras, sendo que 92 imóveis tiveram as amostras concluídas como positivas para o Aedes aegypti.
Conforme o subsecretário de Vigilância em Saúde, Rodrigo Almeida, apesar da redução do índice em relação a outubro do ano passado, quando foi identificado 2,5% de infestação, o percentual ainda é preocupante. “Nesses bairros, teremos a adoção de medidas educativas em saúde mais intensificadas. Vamos intensificar o trabalho com empresas, escola e comunidade.” Rodrigo ainda reforça que estão sendo realizadas reuniões mensais do Comitê Permanente de Combate à Dengue. “Estamos tentando reeditar a parceria com o Exército. Já iniciamos as conversas, mas eles precisam de autorização do Governo federal.” Ele ainda acrescenta que as medidas tomadas no início do ano, durante a epidemia, já estão sendo antecipadas para prevenir outro surto da dengue. Nas próximas semanas será marcada uma reunião ampliada com o Comitê, na qual será divulgada toda a estratégia que será adotada para o ano de 2017.
Vilões
Para o subsecretário, o grande número de pontos estratégicos nesses bairros colabora para uma maior infestação do vetor. No total são 221 pontos estratégicos espalhados pela cidade, que são vistoriados de 15 em 15 dias por agentes de endemias. “São pontos vulneráveis para a proliferação do Aedes. Outros locais preocupantes são os depósitos de veículos do Detran.” Os locais onde mais foram encontrados focos do mosquito foram em barris, tambor e poços, seguido pelos vasos, frascos com água, bebedouros e fontes ornamentais. Tanques, borracharias, hortas, calhas, lajes, piscinas não tratadas também estão entre os principais vilões. “É importante que todos entendam que todo o trabalho realizado pela Prefeitura só irá funcionar com o apoio da população. Durante a semana, é preciso tirar dez minutos para olhar atrás da geladeira, em recipientes, vasos de plantas. Indicamos a utilização de água sanitária para tirar as larvas e ovos dos depósitos.”