Policiais militares começaram a testar na segunda-feira (2) os três novos modelos de fardas que podem ser adotados pela corporação. As principais mudanças serão no material do fardamento e a troca das boinas por bonés. A aposta é que os uniformes darão mais mobilidade e conforto aos militares. Foram distribuídos, em todo o estado, 550 conjuntos dos três novos modelos. Eles estão sendo usados por militares da tropa operacional pertencentes às 19 regiões da Polícia Militar de Minas. Conforme a PM, essa distribuição permite atingir as variações climáticas existentes no estado. Os testes acontecem até março de 2018. Se aprovados, os modelos devem ser adotados nos primeiros meses do ano que vem, e o fardamento atual, que há décadas não sofre grandes alterações, será extinto.
De acordo com o assessor da 4ª Região da Polícia Militar, major Marcellus Machado, alguns policiais do 27º e 2º Batalhões de Juiz de Fora já começaram a testar os modelos nas ruas. Durante o experimento serão feitos relatórios, e os policiais darão suas impressões sobre as mudanças propostas. Conforme a PM, a divulgação do resultado está prevista para a segunda quinzena de maio de 2018.
A cor cáqui será mantida em todos os novos fardamentos. Um dos modelos é com camisa de manga curta e fabricado com “dry fit”, tecido sintético que facilita a absorção e evaporação rápida do suor, mantendo a pele mais seca e aumentado, assim, o conforto térmico. O segundo modelo de farda testado é de mangas compridas. A blusa tem as mangas dobráveis e é feita em tecido “rip stop”, que, conforme e a PM, é mais durável e “extremamente resistente à abrasão, fornecendo proteção extra para áreas não protegidas pelo colete”. Até então, os policias de batalhões não especializados só tinham uniformes de mangas curtas e, para o frio, um blusão preto.
Nestes dois modelos, as camisas serão tipo pólo e utilizadas por dentro da calça. A PM informou que tanto a malha dry fit quanto o tecido rip stop possuem proteção UVA e UVB, que protegem a pele contra as radiações solares durante as atividades de exposição ao sol. Também foi aplicada ao tecido uma tecnologia que impede a proliferação de bactérias causadoras do mau odor do suor.
Há também uma gandola, espécie de blusão para fora da calça, de mangas longas, como as que os militares dos batalhões de Choque e da Rotam usam atualmente. As divisas de braço, tarjetas que representam a hierarquia militar, serão extintas. Serão usadas apenas na lapela, assim como nos uniformes do Exército Brasileiro.
A calça continua sendo fabricada com uma espécie de sarja, a única modificação é que a peça passa a ter elásticos internos e os bolsos serão mais largos. O coturno permanece o mesmo. Já os coldres terão modelos mais ergonômicos para cintura e perna, e serão fabricados em um material que prende mais a arma. A capa do colete permanece na cor preta, mas com opção de colocar mais objetos.
Adeus, boina
Segundo a assessoria da PM em Belo Horizonte, nos três modelos será utilizado um novo tipo de cobertura, um boné preto com a logomarca da Polícia Militar bordada na frente, em substituição à boina. “O intuito da troca é aumentar a proteção contra a incidência dos raios solares nos militares durante o serviço, uma vez que a aba do boné projeta uma sombra sobre o rosto que reduz a incidência da radiação nos olhos, além de cobrir e proteger toda a cabeça”, diz a nota da corporação.
Para o major Marcellus, os modelos trarão praticidade e conforto aos militares. “A identidade será mantida. Não será trocada a cor e permanece o busto do Tiradentes. Minas Gerais é um muito grande, são 853 municípios que têm climas totalmente diferentes. Em Juiz de Fora mesmo temos muita variação climática em curtos espaços de tempo. Com os novos modelos, o militar poderá escolher a farda que melhor se adeque à sua região. Este material traz mais mobilidade para os policiais desempenharem suas funções operacionais. Com uma tropa bem treinada, como é a nossa, e que tem uma roupa mais adequada para desempenhar seu trabalho, quem ganha é a sociedade”.