Professores da rede municipal retornaram às unidades de ensino nesta quarta-feira (3), encerrando a greve da categoria, conforme ficou decidido em assembleia realizada pela categoria na última terça (2). O movimento, porém, foi tímido nas imediações de algumas escolas que a Tribuna visitou. No entanto, a reportagem entrou em contato com outras unidades, que afirmaram o retorno massivo dos docentes e alunos. Por volta das 13h, crianças e pais aguardavam o sinal de entrada na Escola Municipal Oswaldo Veloso, no Bairro Santa Luzia, Zona Sul. Avisos sobre o retorno, porém, não estavam pregados em local visível.
“Vamos ver se agora eles retornam mesmo”, desabafou o operador logístico Vinícius de Castro, 27 anos, pai de dois alunos da escola. Segundo ele, a turma do filho de 6 anos continuou tendo aula mesmo com a greve, já a turma da outra filha, de 4 anos, ficou com as atividades suspensas. “Foi um transtorno muito grande, pois eu e minha esposa trabalhamos fora e precisamos pagar pessoas para tomar conta das crianças”.
A dona de casa Rita de Cássia Toledo Domingues, 46, contou que quando morava em Torreões, até abril, as duas filhas de 6 anos ficaram sem aulas. “Tive que mudar para Santa Luzia recentemente. A sorte foi que a professora delas não aderiu à greve. Mas o ensino ficou prejudicado, pois outras crianças da turma já estão lendo, minhas filhas não.”
A decisão do Sindicato dos Professores de Juiz de Fora (Sinpro-JF) em encerrar a greve acatou à determinação do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), ocorrida em audiência de conciliação com a Prefeitura na última sexta-feira (29). O TJMG determinou que 80% dos grevistas voltassem às escolas e 100% às creches municipais. Além disso, foi estabelecida multa diária de RS 20 mil ao sindicato em caso de descumprimento, com possibilidade de corte de ponto dos faltosos. À tarde, a Secretaria de Educação deve divulgar um balanço a respeito do retorno às aulas.