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Motorista acusado da morte de casal vai a júri popular em junho

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Condutor teria invadido a contramão, colidindo frontalmente com a motocicleta ocupada por Eduardo e Vanessa

O motorista que conduzia o veículo envolvido no acidente que culminou na morte de Eduardo Afonso da Silva Vieira, 31 anos, e sua esposa, Vanessa Venazoni, 33, há dois anos, será levado a julgamento popular, conforme previsão do Tribunal do Júri, no próximo dia 19 de junho. Ele será julgado pela prática de duplo homicídio, acusado de, na data de 14 de maio de 2016, trafegar na contramão, acima da velocidade permitida e alcoolizado, assumindo o risco de matar, como dolo eventual, o casal que se deslocava pela via em uma motocicleta. O acidente, que causou grande comoção, foi registrado por volta das 3h, na margem direita da Avenida Brasil, no Bairro Poço Rico, na Zona Sudeste.

Conforme o processo que se encontra pronto para ser julgado, o motorista, no dia anterior ao fato, foi a um torneio leiteiro, no Distrito de Humaitá, onde se encontrou com amigos e ingeriu bebidas alcoólicas, das 19h à meia-noite. Ao final da festa, ele retornou em seu veículo para Juiz de Fora na companhia de uma mulher desconhecida e de um amigo.

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Segundo a acusação, depois de deixar o amigo em casa, o motorista se dirigiu para um motel com a mulher não identificada, trafegando pela Avenida Brasil, acima da velocidade permitida no trecho e sob efeito de álcool. Ele teria invadido a contramão, colidindo frontalmente com a motocicleta ocupada por Eduardo e Vanessa. Após a colisão, Eduardo foi arremessado a uma distância aproximada de 6 metros, juntamente com sua motocicleta. Já Vanessa foi atirada ao Rio Paraibuna, sendo que seu corpo foi encontrado dois dias depois.

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Ainda conforme a acusação, após a colisão, o motorista saiu de seu carro, quando avistou Eduardo ainda com vida e mostrou-se indiferente, retornando ao veículo para retirar um copo de vidro e, em seguida, deixar o local a pé, ficando desaparecido por vários dias. O motorista, que na época tinha 33 anos, se apresentou acompanhado de um advogado. Durante seu depoimento à delegada Patrícia Ribeiro, que presidia o inquérito, ele teria informado que não fez uso de bebida alcoólica, porque tomava remédio controlado e que dirigia na velocidade compatível com a via, e que a motocicleta ocupada pelo casal teria surgido na frente dele. Ele ainda teria alegado que não sabia se estava ou não na contramão, porque houve uma mudança no trânsito da Avenida Brasil, naquela época, e podia ter se confundido.

 

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Ele teve a prisão preventiva decretada em 25 de maio de 2016 e cumprida no dia 30 do mesmo mês. Conforme reportagem publicada pela Tribuna em agosto de 2017, a denúncia foi recebida pela Justiça em junho de 2016. Exame feito pelo Estado, por meio de perícia, atestou a imputabilidade do acusado, apesar de laudo particular, realizado por médico contratado pelo motorista, ter sido favorável a ele. Na época, a defesa ainda apresentou laudo particular, questionando o fato de o condutor estar em velocidade excessiva e na contramão, ao contrário do que constou no exame oficial da Polícia Civil.

Condutor teve a prisão preventiva decretada em 25 de maio de 2016 e cumprida no dia 30 do mesmo mês (Foto: Polícia Civil/Divulgação)

Mesmo tendo negado o direito de recorrer em liberdade, o acusado conseguiu, junto ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o direito de permanecer livre até que fosse apreciado o recurso, uma vez que a defesa tentava fazer com que o TJMG reconhecesse ter havido um acidente (homicídio culposo), negando a tese de dolo eventual. Nesta quarta-feira (02), a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) informou que o motorista encontra-se em liberdade, uma vez que obteve alvará de soltura em agosto de 2017.

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Superação

Missa e atos foram realizados em memória de Eduardo e Vanessa. A tragédia deixou a população comovida, levando familiares e amigos do casal a realizarem uma caminhada, no Calçadão da Halfeld, no Centro, como forma de conscientizar os cidadãos sobre os perigos da combinação bebida alcoólica e direção. Com a foto do casal estampada nas camisas e empunhando faixas e cartazes, o grupo também se manifestou, para chamar a atenção das autoridades, a fim de que ocorrências trágicas de acidentes não ficassem mais impunes.

Vânia dos Santos Venazoni, irmã de Vanessa, disse, nesta quarta-feira, que recebeu a notícia sobre o julgamento cheia de esperança. “Graças a Deus, a justiça poderá ser feita. Esperamos que ele pague o máximo possível pelo que fez”, desabafou Vânia, acrescentando que sua família ainda luta para superar a perda de Eduardo e Vanessa. Segundo ela, familiares e amigos estão preparando, para o dia do julgamento, um ato na frente do Fórum Benjamin Colucci antes da sessão. “Queremos a população e a Justiça junto com a gente, para que não haja impunidade.”

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