A Delegacia Especializada de Homicídios apresentou nesta sexta-feira (3) quatro homens, com idades entre 18 e 24 anos, suspeitos de envolvimento em seis crimes de homicídios e tentativas de assassinato. Entre os presos estão dois jovens de 18 anos integrantes de uma violenta quadrilha ligada ao tráfico de drogas na região do Santa Rita, na Zona Leste. A dupla foi capturada pela Polícia Militar no dia 27 após a Polícia Civil solicitar à Justiça a prisão temporária dos suspeitos em decorrência de um atentado contra policiais militares ocorrido no último dia 11 no mesmo bairro. Segundo o delegado à frente das investigações, Rodrigo Rolli, na ocasião, os rapazes estavam na laje de um imóvel comemorando o aniversário de um deles, quando abriram fogo contra os PMs que faziam patrulhamento naquela região. Apesar dos cerca de 20 disparos, ninguém ficou ferido. Houve perseguição, e os atiradores conseguiram escapar.
Ainda conforme as investigações, os suspeitos passaram pelo Centro Socioeducativo no fim do ano passado e, ao voltarem para as ruas, teriam tentado matar um homem, 45, surpreendido por tiros quando trafegava de carro no Santa Rita no dia 12 de dezembro. O Gol dele foi cercado por dois criminosos armados com pistolas na Rua Otávio Pereira Torres. Ao desviar dos disparos, o motorista acabou caindo com o veículo em um barranco. A vítima conseguiu sair do carro e fugiu por uma mata próxima, temendo ser baleado. O homem sofreu escoriações devido à queda, mas não foi alvejado.
Durante a oitiva na delegacia nesta sexta, um dos envolvidos também confessou ter atirado, no dia 9 de fevereiro do ano passado, contra o jovem Niakson Epifânio Rosa, 24. Ele foi alvejado na cabeça quando estava de moto na Otávio Pereira Torres. De acordo com Rolli, a vítima morreu três dias depois no hospital em decorrência das lesões sofridas.
O delegado lembrou que os suspeitos do Santa Rita, além de mostrarem ousadia atirando contra policiais, integram o mesmo grupo responsável pelos homicídios chocantes de dois inocentes na cidade. Um dos casos foi o da comerciante, 36, morta durante disparos na sua própria pizzaria em outubro do ano passado na Avenida Governador Valadares, no Manoel Honório. O assassinato aconteceu quando um atirador perseguia um desafeto, 18, que acabou alvejado cinco vezes, mas sobreviveu. O outro é do homem, 50, morto com um tiro no peito na Uaps do Santa Rita durante a execução de um jovem, 25, com 18 perfurações, em outubro de 2014. “Esse grupo é alvo recorrente das polícias Militar e Civil. Já fizemos várias incursões nessa residência (onde funcionaria uma boca de fumo comandada por uma mulher), já encontramos no passado duas armas de fogo, e eles já foram presos diversas vezes pela polícia”, concluiu Rolli.
Preso com pistola na Olavo Costa tem histórico de crimes violentos
A Polícia Civil também apresentou nesta sexta um rapaz, 24, apontado como envolvido em várias tentativas de assassinato e homicídios na região da Vila Olavo Costa, Zona Sudeste. Um dos crimes de sua suposta autoria investigados atualmente aconteceu no dia 23 de dezembro, quando um homem, 53, foi baleado. O suspeito foi flagrado pela PM no dia 24 portando uma pistola calibre 380 municiada e um carregador extra. “Ele também já é conhecido no meio policial por envolvimento no tráfico de drogas. Mas esse crime está ligado ao homicídio passado de um parente do autor. Ele foi cobrar essa rivalidade que existia entre eles”, explicou o delegado Rodrigo Rolli.
Outro jovem, 20, é suspeito de praticar crimes violentos na região da Vila Alpina, Zona Leste. Segundo o delegado, ele não teria retornado para uma unidade prisional após saída temporária no fim do ano e, no dia 14, matou o adolescente Gustavo Ramos de Morais, 17. Ele foi encontrado caído na Rua Eurico Viana, com tiros na nuca e no rosto. Ainda conforme Rolli, dois dias depois, o mesmo suspeito atirou contra uma testemunha do homicídio, 35. No dia seguinte, ele acabou sendo capturado pela PM quando estaria tentando deixar a cidade com o revólver calibre 32 que teria sido usado nas ações criminosas. “A motivação desses crimes está ligada ao comércio de drogas naquela região”, pontuou o policial.
Os presos estão no Ceresp à disposição da Justiça. Rolli reafirmou que a Especializada de Homicídios permanece trabalhando para retirar de circulação os envolvidos em crimes violentos. “Vamos continuar atuando de forma veemente para combater esse tipo de criminalidade em Juiz de Fora e para que esses indivíduos entendam que as ações deles vão ter uma resposta. Não vamos deixá-los nessa zona de conforto que eles acreditam que estão.”