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Juiz de Fora não tem registros de hospitalizados por Covid-19

Juiz de Fora não tem hospitalizados por Covid-19 pela primeira vez

É a primeira vez, desde o início da pandemia, que Juiz de Fora não tem hospitalizados por Covid-19

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Pela primeira vez desde que a pandemia se instaurou em Juiz de Fora, em março de 2020, a cidade deixou de ter pessoas hospitalizadas com Covid-19. O momento simbólico foi registrado em boletim epidemiológico da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) na noite de domingo (1º), quando, em números atualizados às 19h28, não havia pessoas internadas com a doença em leitos de enfermaria ou de UTI em hospitais do município, públicos ou privados.

O registro acontece em meio ao maior arrefecimento da pandemia em dois anos, quando, inclusive, o uso de máscaras em locais abertos foi liberado pelo Executivo municipal, assim como boa parte dos locais fechados, com exceção de casos específicos, como transporte público, salas de aula e elevadores.

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Até sexta-feira (29), a cidade tinha apenas uma pessoa internada em decorrência da Covid-19. Naquele dia, Juiz de Fora chegou a 2.256 vítimas fatais da doença, com a morte de um idoso de 66 anos. O Município ainda teve 66.419 casos de infecção pelo coronavírus confirmados desde o início da pandemia.

O momento de baixa nos casos graves de Covid-19 acontece na medida em que a vacinação avança no município. Mais de 500 mil pessoas foram imunizadas com pelo menos uma dose de vacina contra a doença em Juiz de Fora. A aplicação dos imunizantes alcançou a população a partir de 5 anos, que pode receber duas doses. A população adulta, com idades entre 18 e 59 anos, pode tomar até três doses, enquanto os idosos que foram imunizados com três doses há pelo menos quatro meses já podem procurar os postos de saúde para receber a quarta aplicação.

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Primeiros casos e morte por Covid-19 em JF

O primeiro caso confirmado de contaminação pelo coronavírus em Juiz de Fora aconteceu no dia 14 de março de 2020. Na ocasião, a confirmação aconteceu em boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). A pasta informou que um idoso de 65 anos, residente na cidade e então com histórico de viagem para Nova Iorque, era o primeiro juiz-forano contaminado. Ele foi internado em um hospital do município com quadro estável e se recuperou da doença.

Pouco menos de um mês após o primeiro caso, a cidade perdeu a primeira pessoa para a doença. No dia 8 de abril de 2020, morreu José Luiz Rezende Pereira, professor e ex-vice-reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Ele tinha 70 anos e estava internado em um hospital da rede particular do município, quando teve o óbito confirmado.

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As primeiras contaminações foram seguidas de decreto que instituiu medidas restritivas para o enfrentamento à pandemia, estabelecidas pelo Executivo que então era comandado pelo prefeito Antônio Almas (PSDB). O texto suspendeu os atendimentos públicos que eram oferecidos pelo Município, exceto os serviços de saúde e segurança, além de paralisar as aulas da rede pública. As ruas vazias passaram a ser regra no antes movimentado Centro juiz-forano e, a partir de abril daquele ano, as máscaras começaram a compor o cenário nas ruas.

Picos da pandemia causaram saturação de leitos

Ainda em 2020, a cidade passou pelo pico da primeira onda da Covid-19. Em agosto daquele ano, Juiz de Fora chegou a ter média de 1,5 morte em decorrência da doença enquanto o Município tentava iniciar uma retomada gradual dos setores econômicos. O momento mais crítico, entretanto, aconteceu no ano seguinte, em 2021, quando a cidade chegou a figurar entre os municípios brasileiros com mais óbitos causados pela Covid-19.

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A cidade, no primeiro trimestre daquele ano, chegou a registrar 20 pessoas mortas pela doença em um único dia e a transferir pacientes para outros municípios em função da falta de leitos. O agravamento da situação epidemiológica motivou a instalação de lockdown no município, decretando o fechamento de todas as atividades consideradas não essenciais. A medida estabelecida pela PJF, que já estava sob a gestão da prefeita Margarida Salomão (PT), foi motivo de protesto, inclusive com carreata pela região central de Juiz de Fora.

Neste ano, ainda houve nova alta de casos da doença justificada pela circulação da variante Ômicron, que possui maior potencial de contaminação. Por outro lado, a cepa se mostrou menos agressiva e, mesmo após um crescimento inicial de internações em janeiro, a cidade passou a ter queda no número de hospitalizações.

A melhora na situação epidemiológica causou o término da obrigatoriedade do uso de máscaras na cidade, primeiramente em locais abertos e, depois, em diversos ambientes fechados.

População não deve ficar despreocupada, diz secretário

Em contato com a reportagem, o secretário de Saúde, Ivan Chebli, celebrou o dia sem internação por Covid-19. Por outro lado, o titular da pasta municipal também destacou a necessidade de que a população mantenha os cuidados. “Essa situação mais favorável não deve deixar a população despreocupada. Devemos manter a medidas de prevenção. A primeira e a segunda doses contra a Covid tiveram uma maciça adesão da população, porém, a partir da terceira dose, as pessoas estão indo em um ritmo mais lento do que gostaríamos.”

O secretário ainda lembrou que há imunizantes disponíveis e que as unidades básicas de saúde realizam a vacinação contra a Covid-19, necessária para que o arrefecimento da pandemia seja definitivo. “Para que alcancemos um sucesso absoluto, é fundamental que a adesão a esse processo de imunização se dê no ritmo mais intenso possível. Nós temos imunizantes disponíveis e uma grande rede de atenção à saúde, entre UBSs e outros serviços, disponibilizando estas vacinas. Então reforçamos o pedido para que a população compareça aos postos conforme calendário e cronograma.”

Estado de alerta permanece

Ao longo dos últimos anos, a plataforma JF Salvando Todos monitorou de perto o avanço da pandemia em Juiz de Fora. Com boletins informativos publicados todos os meses, o projeto realiza uma análise da pandemia na cidade e na região. O professor Marcel Vieira, coordenador da plataforma e professor do Departamento de Estatística do Instituto de Ciências Exatas da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), afirma que atualmente o cenário é positivo, mas o estado de alerta permanece. “O número de casos que estamos tendo agora em Juiz de Fora é bem similar ao que tínhamos em dezembro do ano passado. Isso não impediu que nos meses seguintes, em janeiro e fevereiro, o número de hospitalizações voltasse a subir devido a nova variante Ômicron.”

De acordo com ele, a situação favorável na qual a cidade se encontra não é definitiva e depende, principalmente, da circulação, ou não, de novas variantes. “É muito importante que as pessoas fiquem atentas ao calendário de vacinação, porque claramente foi após a vacinação em massa que nós observamos a redução significativa de casos graves, que necessitavam de hospitalização.” Os dados da plataforma apontam que, em 2022, o último pico de casos ocorreu em fevereiro. Desde então, os indicadores de contaminação com a Covid-19 têm tido queda progressiva, o que possibilitou a chegada ao número zero de pessoas hospitalizadas com a doença.

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