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“Vivemos o pior momento na questão de óbitos”, diz prefeito

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Com 17 óbitos em decorrência da Covid-19 registrados nos últimos quatro dias, o prefeito Antônio Almas (PSDB) declarou nesta quinta-feira (1º de outubro) que Juiz de Fora vive o pior momento relacionado à quantidade de vítimas fatais desde o início da pandemia, há quase sete meses. O alerta foi feito durante transmissão ao vivo pelas redes sociais no fim da manhã. O chefe do Executivo ponderou que o número de mortes, nesta que é considerada a semana epidemiológica mais grave em termos de óbitos, ainda pode crescer, já que ainda não foram contabilizados os dados desta quinta, de sexta e sábado. Até esta data a cidade já soma 222 vidas perdidas para o coronavírus.

“Estamos enfrentando um aumento de óbitos em Juiz de Fora. Em quatro dias já tivemos a pior semana. Face a esses números, estamos aqui, de maneira bastante objetiva, mais uma vez conclamando a população de Juiz de Fora a não perder de vista os regramentos. Todas aquelas ações não farmacológicas continuam sendo extremamente importantes. São elas que podem garantir momentos menos difíceis à frente. Quando possível, fique em casa. Se precisar sair, mantenha o distanciamento social e o uso de máscaras. Tenha sempre a preocupação cada vez maior com lavar as mãos de forma adequada ou, quando não puder, use álcool gel.”

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O prefeito ressaltou a importância também dos cuidados com superfícies, principalmente com maçanetas, torneiras e computadores. “Precisamos continuar vencendo esta batalha.” Reportagem publicada pela Tribuna na quarta-feira (30) mostrou que 56 óbitos foram contabilizados pelo Município em setembro. A estatística só é menor do que a registrada em julho, quando a cidade perdeu 63 de seus habitantes para a Covid-19. De acordo com Almas, as piores semanas epidemiológicas relacionadas a mortes haviam sido a 33ª e a 38ª, entre os dias 16 e 22 de agosto e no período de 13 a 19 de setembro, respectivamente. ““Dos 222 óbitos, 44 (19,8%) aconteceram nas últimas três semanas”, enfatizou.

Além das vidas perdidas, a preocupação também continua sendo a ocupação dos leitos de UTI. “Na última semana tivemos 1.354 casos suspeitos e 336 confirmados. Nesta, já chegamos a 632 suspeitos e 105 confirmações. É importante fazermos uma correlação com a ocupação dos leitos, principalmente de UTI. Chegamos a ter 62 ocupados por Covid no dia 22 de setembro. Apesar de ontem (quarta) estarmos com 45, ainda estamos em um momento de grande instabilidade.” No total, a cidade possui 173 leitos de UTI disponíveis no SUS e, segundo Almas, 131 estavam ocupados por Covid ou outras doenças até quarta, ou 75,7%.

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“Já tivemos momentos mais difíceis, mas precisamos entender que o movimento de flexibilização, que foi possível a partir da saída da onda vermelha para a amarela, levou a uma maior possibilidade de contaminação. O índice de transmissibilidade ainda está alto (1,6) e precisamos vencê-lo para podermos ir para a onda verde”, pontuou o prefeito, sem descartar a possibilidade de retrocesso para a onda vermelha – na qual só podem funcionar os serviços considerados essenciais -, caso a cidade tenha nova piora no quadro da doença. Almas ressaltou que o índice de 1,6 significa que cada cem pessoas contaminadas podem transmitir para outras 160.

Hospitalizações

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Segundo levantamento realizado pela Tribuna, a cidade atingiu o pico de hospitalização no dia 23 de setembro, com 211 pacientes de Covid-19 internados, tanto em leitos de UTI, quanto de enfermaria. “Provavelmente isso está relacionado a um aumento de casos em uma população com saúde melhor, porque tivemos mais ocupação das enfermarias do que das UTIs”, ponderou Almas. “A doença é muito dinâmica. De uma hora para outra podemos ter aumento significativo de casos, com risco de colapso do sistema de saúde, exatamente o que nenhum de nós deseja.”

Apelo pelo “novo normal”

O chefe do Executivo avalia que, se a população decidiu voltar às ruas deve, ao menos, compreender o “novo normal”. “Não estamos vivendo nas mesmas características de fevereiro. Essa nova realidade precisa ser incorporada por nós. Não percam o hábito de usar a máscara. São ações simples que nos ajudam a voltar com as atividades comerciais. Não haverá retrocesso se fizermos a nossa parte.” Ele lembrou que o Minas Consciente havia se posicionado a favor de Juiz de Fora avançar para a onda verde há cerca de quatros semanas, junto com a Microrregião Sudeste, mas que a própria Prefeitura optou por ser mais conservadora. Diante da piora recente dos dados epidemiológicos, o programa estadual voltou atrás e, portanto, a cidade permanece na onda amarela, já que o avanço sequer é mais permitido pelo Estado. O prefeito destacou que, para qualquer flexibilização, a taxa de transmissibilidade deve ficar abaixo de 1,0.

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Almas fez um apelo maior aos jovens, já que a faixa etária dos 20 aos 35 anos foi a que mais apresentou contaminações recentes. “O risco de casos mais graves nesta faixa parece menor, mas mesmo que você tenha um quadro assintomático ou muito leve, é vetor de contaminação dos outros, principalmente dos seus pais, avós, tios ou daqueles que têm comorbidades, como diabetes, hipertensão e doença cardíaca. Vamos fazer a nossa parte e nos comprometer com o outro.”

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