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Jogador juiz-forano cruza fronteira da Ucrânia e chega à Polônia

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O jogador de futebol juiz-forano Guilherme Smith, de 18 anos, conseguiu cruzar a fronteira da Ucrânia e chegou à Polônia nesta terça-feira (1º). A informação foi confirmada pelo próprio atleta, que atua no clube ucraniano Zorya, mas, nos últimos dias, movimentou-se para deixar o país do Leste Europeu, após a Ucrânia ter sido invadida por tropas russas no último dia 24. “O dia 1º de março ficará marcado em nossas vidas. Conseguimos atravessar para a Polônia. Graças a Deus, estamos todos bem, Deus honrou seu nome mais uma vez. Glória a Deus. Vamos para casa. Nos espere, família. Estamos chegando”, publicou Smith em sua conta no Instagram na manhã desta terça.

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Nos últimos dias, a Tribuna noticiou a saga de Guilherme Smith para deixar a Ucrânia. A tentativa de retirada havia sido frustrada nesta segunda-feira, quando o juiz-forano e seus companheiros de equipe tiveram frustrada a nova tentativa de cruzar a fronteira. Também por suas redes sociais, Guilherme contou que o trem em que o grupo partiria rumo ao país vizinho foi cancelado. Na ocasião, o atleta afirmou que até então as coisas não estavam dando certo e pediu orações por sua segurança.

Logística para retorno à cidade

À Tribuna, o pai de Guilherme, Luiz Cláudio de Carvalho, o Claudinho, ex-jogador do Tupi e do Sport, afirmou que a família já aguarda o retorno do jogador em Juiz de Fora. “Temos conversado desde que tudo isso aconteceu. Conversamos com ele hoje. Ele já chorou, muito aliviado, muito feliz. A gente também está muito feliz, mas só estaremos realmente felizes quando o nosso filho estiver seguro em casa. A gente precisa abraçá-lo”, disse.

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No momento, Guilherme está abrigado na casa de brasileiros na Polônia, mas a família já começa a traçar planos para o retorno do jogador. “Está tudo muito novo. Então, ele está na Polônia alta e vai se recompor, vai conseguir respirar. A gente aqui também. Já vamos começar a trabalhar a logística de retorno dele. Ele está aguardando isso”, explicou Claudinho. Com 70% de seus direitos vinculados ao Zorya, da cidade de Luhansk, na Ucrânia, o futuro de Guilherme Smith parece indefinido.

“Eu recebi uma mensagem de um de um dos dirigentes. Eles ainda não sabem nada. Mesmo porque todos jogadores de 18 anos e todos os membros da comissão técnica até 60 anos estão lutando na guerra. Então, a gente ainda não sabe nada do que vai acontecer. É tudo muito novo. O campeonato está suspenso. A gente acredita que não volte. Até mesmo por causa de toda destruição. Quando o Guilherme chegar ao Brasil, a gente vai começar a pensar o que fazer. Mesmo que o campeonato volte, a gente não quer que ele retorne para a Ucrânia. Então, vamos começar a trabalhar aqui junto com os empresários para pensar em outras alternativas que não seja a Ucrânia”, explicou o pai do jogador.

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Claudinho relatou ainda sobre os momentos difíceis enfrentados pelo filho desde o início da invasão da Ucrânia pelas tropas russas, na guerra iniciada na última quinta-feira, dia 24. “Eles retornaram da Turquia para a Ucrânia no dia 18. Aí, tiveram três dias de folga e voltaram a treinar no dia 21. A equipe reestrearia no campeonato na sexta-feira. Eles viajariam. Embora o Guilherme estivesse participando muito do sub-20, graças a Deus, nesse jogo, ele não foi para o sub-20, que jogaria no dia anterior. Quando a guerra começou, o sub-20 estava na estrada. Eles ficaram presos na estrada. Então, se o nosso filho tivesse ido e não tivesse ficado para o jogo do profissional, ele ficaria preso na estrada e seria muito pior”, relembra.

Segundo Claudinho, o filho e seus colegas de Zorya estavam de malas prontas para viajar na sexta-feira, quando foram liberados. “Eles viajariam à noite, mas, à tarde, receberam a notícia de que estavam todos liberados para sair do país. Quando a gente tinha programado para ele viajar, eles bombardearam o aeroporto e começaram a bombardear tudo. Aí já ficou tudo muito mais difícil”, conta o pai de Guilherme Smith.

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Trajetória
Guilherme Smith é um jovem atacante com formação em Juiz de Fora e no Rio de Janeiro, com passagens pela base de Vasco e Botafogo. “Ele começou, comigo, na ONG que eu tinha em Juiz de Fora, aos três anos de idade. Quando eu percebi que ele tinha qualidade, eu o coloquei no Sport, no futsal, com o Gerson, até os nove anos. Aí, ele fez a transição para o campo, com o Valmir, no Bonsucesso, do Bairro Industrial. Ele ficou até os dez anos. Depois, levamos ele para fazer uma avaliação no Vasco. Em dez minutos de testes, foi aprovado e ficou lá até os 14 anos. Nos últimos quatro anos, ele estava no Botafogo, até que o Zorya comprou 70% dos direitos dele”, detalha Claudinho.

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