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Manifestações contra as reformas do governo impactam cenário urbano brasileiro

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A paralisação nacional proporcionada pela greve geral desta sexta-feira (28) impactou o cenário urbano das principais capitais e cidades brasileiras. Com a intenção de combater as mudanças trabalhistas propostas pelo governo do presidente Michel Temer (PMDB), bem como lutar contra a reforma da Previdência, milhares de cidadãos, servidores públicos, bancários, professores, funcionários do setor de transporte público e demais categorias aderiram à paralisação.

Houve repressão da Polícia Militar em capitais como Rio de Janeiro e São Paulo. Já em outros locais, o movimento foi pacífico, apenas com reforço de segurança pública nas áreas de maior concentração. Foi observado que os transportes públicos, como trens, metrôs e, principalmente, ônibus urbanos em todo o país tiveram seu funcionamento cancelado ou funcionaram parcialmente. Além disso, boa parte das escolas públicas e privadas ficaram fechadas, bem como a maioria das universidades públicas do país. As agências bancárias também funcionaram em escala mínima.

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Cidades como Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador e Brasília foram completamente afetadas. Houve também protestos organizados por brasileiros que moram no exterior, e o Brasil foi assunto de destaque na mídia internacional.

 

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Belo Horizonte

Na capital mineira e Região Metropolitana, os metrôs pararam completamente. Já os ônibus funcionaram parcialmente. Algumas estações como a São Gabriel e Vilarinho mantiveram um movimento menor; Barreiro e Diamante permaneceram fechadas durante boa parte do dia; José Cândido da Silveira e Pampulha mantiveram funcionamento normal, assim como as estações de transferência nos corredores e avenidas Santos Dumont e Paraná. Os aeroportos foram pouco afetados e tiveram funcionamento quase normal, com poucos cancelamentos de voos.

A classe dos bancários aderiu em peso. Estima-se que 70% das agências estavam fechadas durante o dia, assim como aconteceu com as escolas estaduais e municipais, que aderiram totalmente o ato da greve geral e permaneceram fechadas. Todas as universidades públicas também paralisaram. Além disso, segundo o Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro), mais de 80% das escolas particulares também permaneceram fechadas. A Praça Sete de Setembro foi o local onde houve a maior concentração de pessoas em Belo Horizonte. Alguns estabelecimentos comerciais no Centro da cidade também optaram por não abrir. Segundo o Jornal O Tempo, uma mulher foi presa na madrugada de sexta ao depredar um ônibus que não quis parar para ela, pois não estava mais em operação.

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Outras cidades mineiras, como Cataguases, Uberlândia, Ouro Preto, Barbacena, Matias Barbosa, Lavras, Teófilo Otoni, além de Juiz de Fora, também foram impactadas pelas manifestações da população.

 

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São Paulo

Antes das 4h, o fechamento do principal acesso ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, foi o primeiro sinal do dia atípico orquestrado por centrais sindicais para esta sexta-feira. Pequenos grupos se espalharam por vários pontos de ligação entre vias da Capital e Região Metropolitana e, em muitos deles, queimaram pneus para interromper o trânsito. As frentes “Povo Sem Medo” e “Brasil Popular”, auxiliadas principalmente pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), aeroviários e metalúrgicos, foram as organizadoras das mobilizações contra as reformas do governo Temer. Além disso, os estudantes secundaristas fecharam a Av. Francisco Morato em protesto contra as reformas.

A cada uma de dezenas de novos bloqueios, a Polícia Militar repetiu o protocolo de lançar bombas de gás lacrimogênio para dispersar manifestantes. Depois de Guarulhos, os alvos foram o Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul, e as rodovias Anhanguera, Presidente Dutra, Ayrton Senna, Régis Bittencourt e Castelo Branco, na Região Metropolitana. Grupos de trabalhadores seguiram se deslocando pelo acostamento das estradas e voltaram a interrompê-las em vários momentos, até o início da tarde.

Focos de fumaça escura começaram a ser vistos na região central antes das 7h, em razão dos incêndios provocados em avenidas como Nove de Julho, Ipiranga e na Marginal do Pinheiros. A Marginal do Rio Tietê, na Zona Norte, concentrou filas de ônibus impedidos de acessar a rodoviária.

Ao final do horário de pico, o número de mobilizações começou a diminuir e passeatas de estudantes ganharam força. Alunos de universidades e escolas, públicas ou privadas, organizaram caminhadas nas regiões da Universidade de São Paulo (USP), no Butantã, e da Universidade Presbiteriana Mackenzie, na Consolação. Houve confronto com a polícia nas duas regiões.

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) chegou a listar até 20 protestos simultâneos, por volta das 9h. No total, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) estimou em cerca de 50 o número de manifestações ocorridas em todo o Estado.

 

Transporte

Os protestos só não causaram maior impacto no trânsito porque nenhum ônibus municipal saiu às ruas durante a manhã. O metrô e os trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) começaram a operar, com circulação parcial, apenas depois das 8h30. Os sindicatos de rodoviários, metroviários e ferroviários assumiram a responsabilidade de arcar com multas, já que descumpriram determinações judiciais em favor do Estado e da Prefeitura.

 

Prisões e feridos

Até o início da tarde, foram registradas 16 detenções na Capital, e dois policiais sofreram ferimentos leves, conforme a SSP. Participantes de protestos também precisaram de atendimento médico, a maioria por inalação de gás, sem casos graves registrados.

 

Rio de Janeiro

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) ficou tomada pelo enorme número de manifestantes. Na Cinelândia também houve concentração. As barcas Arariboia que conectam Rio e Niterói também permaneceram fechadas. Metrôs e trens tiveram funcionamento praticamente normal na cidade, porém o VLT e o BRT foram afetados. Logo cedo, houve um ato com piquetes no ramal do BRT Transoeste em Guaratiba, e houve confronto com a Polícia Militar. A atuação e repressão da PM provocou vários confrontos contra os cidadãos que estavam manifestando. A Avenida Rodrigues Alves também foi foco de movimento e ficou interditada durante alguns momentos, próximo à Rodoviária Novo Rio. O Aeroporto Galeão foi pouco impactado, já o trânsito para o Santos Dumont permaneceu lento. A ponte Rio-Niterói foi totalmente obstruída pelos protestos durante a manhã.

Manifestantes bloquearam várias vias da cidade. Segundo o Centro de Operações da Prefeitura, houve bloqueios na Avenida Radial Oeste, Linha Vermelha, Avenida Dom João VI, Avenida Abelardo Bueno, Via Expressa do Porto e Túnel Marcello Alencar. A cidade do Rio de Janeiro entrou em estágio de atenção às 6h50 devido aos bloqueios no tráfego. Diferente da maioria das capitais, o funcionamento dos ônibus urbanos não foi tão afetado. Cabo Frio, Petrópolis, Campos dos Goytacazes e Teresópolis foram cidades onde aconteceram grandes movimentos por parte da população local.

 

Brasília

As vias que dão acesso ao Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek foram bloqueadas durante boa parte do dia por pneus pegando fogo. Os ônibus e metrôs permaneceram completamente parados. Além disso, o acesso para a Esplanada dos Ministérios ficou interditado para automóveis desde a meia-noite desta sexta. Os gramados em frente ao Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Ministério das Relações Exteriores foram cercados por grades. A Biblioteca Nacional, o Museu da República, o Centro Cultural Três Poderes e o Memorial dos Povos Indígenas também tiveram seu funcionamento cancelado por conta da paralisação nacional.

 

Curitiba

Os protestos começaram ainda de madrugada antes do dia amanhecer. Pistas foram bloqueadas por piquetes e, dessa forma, a maioria dos acessos à capital ficou bloqueada. Trabalhadores do transporte público, bancários, funcionários das agências dos Correios, além de professores da educação pública e privada, aderiram ao movimento. A cidade amanheceu com paralisação total dos ônibus urbanos.

Houve concentração de milhares de pessoas em frente à Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). Além disso, exames e consultas no Hospital de Clínicas foram cancelados. Em todo o Paraná, manifestantes bloquearam as rodovias federais, provocando engarrafamento de até 2km.

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