Atualizada às 11h03
Andrea Neves, irmã do senador afastado Aécio Neves, está presa em uma ala isolada do pavilhão principal do Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto, em Belo Horizonte. Conforme o governo do Estado de Minas Gerais, “a separação se dá em razão do tipo de crime, das condições em que se deu a prisão e da repercussão do caso”. Andrea tem cela individual com cama, vaso sanitário e chuveiro próprios. Andrea foi presa nesta quinta-feira (18), por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). A jornalista de 58 anos é acusada de ter participado da transação na qual o tucano teria recebido R$ 2 milhões em propina da JBS. Ela tinha passagem comprada para Londres no final do dia de quinta-feira.
Mentora e articuladora política do irmão, Andrea Neves foi figura presente nos três mandatos do tucano em Minas. Presidente do Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas) por 11 anos, a partir de 2003, recebia parlamentares, prefeitos e peneirava demandas para Aécio. Sua atuação política, porém, começou bem antes, como parte dos fundadores do PT no Rio de Janeiro. Estava no Riocentro no atentado de 1981, em comemoração ao Dia do Trabalho. Passou a ser conhecida, no entanto, a partir do primeiro mandato do irmão como deputado federal, em 1987.
No governo mineiro, seu poder chegou a tal proporção que, durante o primeiro mandato de Aécio, em uma missa de fim de ano realizada no Palácio da Liberdade, foram formadas duas filas para cumprimentos a Aécio e Andrea. A fila para a da presidente do Servas era maior que a do tucano.
Jornalista, também se encarregava do contato com a direção dos jornais, rádios e televisões do Estado. Sempre com o objetivo de garantir a melhor imagem para o tucano. O atual secretário de estado de Saúde, Sávio Souza Cruz, um dos mais ferrenhos críticos de Aécio Neves, diante da atuação de Andrea, a apelidou de “Goebbels das Alterosas”, em referência ao ministro da Propaganda de Hitler, Joseph Goebbels.