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Agricultura confirma que água usada por cervejaria Backer estava contaminada

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Análises realizadas pelo Ministério da Agricultura apontaram a contaminação da água utilizada pela Backer na fabricação de suas cervejas. A informação foi anunciada também nesta quarta, em entrevista coletiva concedida em Brasília pelo Diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do Mapa, Glauco Bertoldo, e pelo coordenador-geral de Vinhos e Bebidas, Carlos Vitor Müller.

“Diante da suspeita de que a contaminação por dietilenoglicol e monoetilenoglicol é sistêmica, ou seja, está presente no processo de fabricação da Backer, o Ministério determinou o recolhimento de todos os produtos da cervejaria e a suspensão da fabricação, pois outras marcas podem estar contaminadas também”, afirmou Glauco Bertoldo. A presença das moléculas tóxicas no tanque da água utilizada na produção da cerveja é algo excepcional e é motivo de investigação pela força-tarefa formada para apurar o ocorrido.

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O coordenador-geral de Vinhos e Bebidas informou que todo o processo de fabricação ainda está sendo periciado e que, por enquanto, há três hipóteses sendo investigadas: sabotagem, vazamento e uso inadequado das moléculas de monoetilenoglicol no processo de refrigeração do sistema. Segundo a fiscalização do Ministério, foi identificado uso elevado do produto. De acordo com o Mapa, 15 toneladas do insumo foram compradas pela cervejaria desde 2018, com picos em novembro e dezembro de 2019. Como a refrigeração é um sistema fechado, em princípio, não haveria justificativa para essa aquisição em grande escala.

Conforme informaram os técnicos, os controles de produção demonstram que os lotes detectados como contaminados passaram por distintos tanques, não estando restritos ao tanque 10, onde supostamente teria sido produzida a marca Belorizontina. Uma nova rodada de amostras está sob análise dos laboratórios federais agropecuários e os resultados serão divulgados em breve.

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“É importante ressaltar que não existem limites aceitáveis para a presença das substâncias em alimentos”, destacou o coordenador Carlos Müller. “Temos (força-tarefa) que ir atrás de como ocorreu esta contaminação”, acrescentou. A Backer, que responderá a um processo administrativo, ficará fechada por tempo indeterminado e seus produtos só poderão voltar a ser comercializados após o Mapa comprovar a normalidade do sistema de produção da empresa.

Novo óbito

A informação da nova morte foi confirmada pela Polícia Civil de Minas Gerais. No entanto, ainda não há outros detalhes sobre a vítima, apenas que se trata de um homem que estava internado no Hospital Mater Dei, em Belo Horizonte. O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML). Desta forma, pode chegar a três o número de óbitos pela síndrome. O primeiro, morador de Ubá, morreu na Santa Casa de Juiz de Fora dia 7 de janeiro, após ficar internado na Santa Casa. Já o segundo, ainda não confirmado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG), é uma mulher, do município de Pompéu, no Centro-Oeste de Minas Gerais, que morreu no dia 28 de dezembro. A informação deste óbito foi divulgada pela Secretaria de Saúde do município.

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Incluindo todos os casos já identificados pela SES/MG, o número de pessoas com sintomas da síndrome chegou a 17. Desse total, quatro foram confirmados e 13 estão sob investigação. Um deles, divulgado nesta terça-feira, é de um homem de 30 anos morador de São João del-Rei.

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