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Vacina da Pfizer deve chegar ao Brasil até março

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A vacina desenvolvida pela Pfizer contra a Covid 19 deve estar disponível já para uso no Brasil no 1º trimestre do ano que vem, segundo o presidente da farmacêutica no país, Carlos Murillo. Segundo ele, as negociações com o Governo brasileiro estão avançadas e a farmacêutica apresentou uma solução parcial para o problema logístico de armazenamento e distribuição da vacina. O imunizante demanda um armazenamento a temperaturas de – 70 graus celsius, o que poderia inviabilizar o seu uso no país.

Segundo o executivo, já foi apresentada ao Governo brasileiro uma embalagem especial, com gelo seco, capaz de manter o imunizante na temperatura correta durante 15 dias. Após o descongelamento, o produto se mantém estável por mais cinco dias em refrigeradores comuns. “Ou seja, do momento em que o produto chega ao país até ser aplicado seriam 20 dias”, disse Murillo, em evento on-line na tarde desta quinta-feira (12), na Academia Nacional de Medicina sobre imunizantes em desenvolvimento.

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“Não é simples, não resolve toda a logística, mas muda muito o esquema de pensar em ter um freezer de baixas temperaturas em cada centro de vacinação”, acrescentou Murillo. A vacina desenvolvida pela Pfizer e a empresa de biotecnologia BioNTech apresentou eficácia de mais de 90% em proteger as pessoas contra o novo coronavírus na comparação com um placebo, conforme análise preliminar divulgada esta semana, feita por um comitê de monitoramento independente do ensaio clínico.

O presidente da Pfizer disse que a empresa investiu US$ 2 bilhões (cerca de R$ 10,9 bilhões) no desenvolvimento da nova vacina. A farmacêutica não revelou os preços que cobrará por cada dose, mas Murillo afirmou que a empresa está praticando três valores: um para Estados Unidos e Europa, outro para países em desenvolvimento como o Brasil e um terceiro para países subdesenvolvidos.

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Em entrevista ao jornal “The Guardian”, o cientista Ugur Sahin, presidente-executivo da BioNTech, disse estar otimista em relação à vacina e acredita que ela pode acabar com a pandemia. “Se a questão é se podemos deter essa pandemia com essa vacina, então minha resposta é: sim, porque acredito que mesmo a proteção apenas contra infecções sintomáticas terá um efeito dramático”, afirmou.

Sahin afirmou que, até os resultados da primeira análise de testes saírem, ele não tinha certeza se o imunizante desencadearia uma reação forte o suficiente no sistema imunológico humano. “Era possível que o vírus não fosse realmente o alvo da vacina, chegasse às células e continuasse a adoecer as pessoas. Agora sabemos que as vacinas podem vencer esse vírus.”

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Apesar do resultado inicial animador, a falta de um conjunto de dados mais completos dos ensaios clínicos deixa dúvidas sobre se o produto também é eficaz para pessoas com infecções assintomáticas. Determinar isso com certeza pode levar até um ano, ele diz. Algumas questões cruciais sobre a eficácia da vacina só serão respondidas nas próximas semanas ou meses, segundo Sahin. O cientista comentou também que a experiência da Pfizer com vacinas para o mercado de massa e a ação rápida das autoridades regulatórias ajudaram a acelerar o processo de desenvolvimento do imunizante para 10 meses, em vez de anos.

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