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AstraZeneca comunica Anvisa sobre interrupção de estudos para vacina da Covid-19

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou nesta terça-feira (8) que recebeu comunicado do laboratório britânico AstraZeneca sobre a interrupção de estudos, que envolvem a Fiocruz, para desenvolver vacina contra a Covid-19. Desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford, esta vacina é a aposta do governo Jair Bolsonaro (sem partido) para imunizar a população.

A agência disse que aguarda mais informações da AstraZeneca para se pronunciar oficialmente sobre a interrupção dos estudos. A decisão do laboratório britânico ocorre no dia em que o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que em “janeiro a gente começa a vacinar todo mundo”.

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Os estudos envolvem diversos países e serão interrompidos também no Brasil. O governo federal abriu crédito de cerca de R$ 2 bilhões para a Fiocruz receber, processar, distribuir e passar a fabricar sozinha a vacina.

De acordo com fonte da Anvisa, o laboratório apenas enviou um comunicado à agência sobre a interrupção, sem detalhar que tipo de efeito colateral foi notado em participante do estudo, por exemplo, que levou a travar os trabalhos. Técnicos da Anvisa, agora, buscam mais informações da AstraZeneca.

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“A decisão de interromper os estudos foi do laboratório, que comunicou os países participantes. A Anvisa já recebeu a mensagem e vai aguardar o envio de mais informações para se pronunciar oficialmente”, disse a Anvisa em nota.

Suspensão de testes da vacina de Oxford contra covid-19 não é revés, diz Londres

A interrupção dos ensaios clínicos da vacina contra a covid-19 realizados pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca não é um retrocesso e não é a primeira vez que isso acontece, afirmou o ministro britânico da Saúde, Matt Hancock, nesta quarta-feira (9).

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Falando à SkyNews, Hancock admitiu que a interrupção é “obviamente um desafio. Mas, na verdade, não é a primeira vez que isso acontece com a vacina Oxford e é um processo normal em testes clínicos”. De acordo com o ministro, os próximos passos dependerão do que os pesquisadores “encontrarem quando fizerem a investigação” do caso.

A AstraZeneca não divulgou informações sobre o estado de saúde do voluntário que adoeceu, mas a mídia destacou nesta quarta que sua recuperação é esperada.

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Acordo brasileiro
A vacina de Oxford estava sendo testada no Brasil em cerca de 5 mil pessoas. Participam ainda dos estudos os Estados Unidos e a África do Sul, além do Reino Unido, primeiro país a testar o produto. O estudo brasileiro, iniciado em junho, está sendo coordenado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Procurada, a instituição informou que os testes foram suspensos em todos os centros no mundo, inclusive no Brasil, e afirmou que a pausa segue os padrões de segurança preconizados no protocolo do estudo da vacina de Oxford.

O acordo do governo brasileiro com a AstraZeneca garante acesso a 100 milhões de doses do insumo da vacina, das quais 30 milhões de doses seriam entregues entre dezembro e janeiro e 70 milhões, ao longo dos dois primeiros trimestres de 2021.

Outras vacinas em testes

Em seu relatório mais recente, divulgado no último dia 13, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que havia 167 vacinas sendo desenvolvidas para combater o novo coronavírus. Dessas, 29 estavam em avaliação clínica, ou seja, iniciaram os testes em seres humanos.

São cerca de 90 mil voluntários, por enquanto, que vão receber as doses. Seis das vacinas estavam na fase 3, a última antes da conclusão.

Por ser o segundo país com mais infectados no mundo e também ter laboratórios de referência, o Brasil tem sido bastante requisitado para auxiliar no desenvolvimento de algumas dessas vacinas. Quatro das 29 que iniciaram a fase clínica estão sendo testadas aqui: a da Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca e a Fiocruz (inglesa), cujos estudos foram suspensos, a da Sinovac em parceria com o Instituto Butantã (chinesa), a da BioNTech/Pfizer (alemã/americana) e, mais recentemente, a desenvolvida pela Janssen Pharmaceuticals (belga/americana), do grupo Johnson & Johnson.

Bahia, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Brasília, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo são algumas dos Estados que contam com voluntários participando dos testes.

Além destas já em teste, o Brasil também demonstrou interesse pela vacina russa. O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) anunciou no último dia 27 a intenção de testar o imunizante em pelo menos dez mil voluntários. O protocolo para validar a fase 3 dos estudos clínicos deve ser submetido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Assim como o Paraná, a Bahia pretende iniciar estudos clínicos no Estado. No último dia 12, a Embaixada da Rússia no Brasil disse que está negociando um acordo sobre a vacina com o governo do Estado.

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